Região montanhosa no Nepal: as tempestades de neve que vitimaram o país são incomuns nesta época do ano (Navesh Chitrakar/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2014 às 13h38.
Katmandu - O número de mortos por causa pelas tempestades de neve nas montanhas do Nepal subiu para 38, e 332 pessoas foram resgatadas com vida, informou neste domingo à Agência Efe uma fonte oficial.
Os corpos de oito guias nepaleses que acompanhavam um grupo suíço foram recuperados na remota passagem de Sangla, a 5.900 metros de altitude, disse o delegado do governo no oeste do Nepal, Dinesh Kumar Thapaliya.
'Há notícias que outro guia nepalês morreu, mas o corpo ainda está sendo procurado', ressaltou.
Outros seis nepaleses foram resgatados com vida no distante Vale Escondido após o pico Dhaulagiri, de 8.167 metros, e 'um japonês e um americano também solicitaram resgate', acrescentou Thapaliya.
Os montanhistas que há dias permaneciam bloqueados no Campo Alto, abaixo dos 5.416 metros da passagem de Throrung A na rota do Annapurna, começaram a descer por conta própria.
A passagem segue aberta, 'embora digamos aos alpinistas que chegam que deveriam ir preparados com material adequado e guias experientes', afirmou a Efe o presidente da Associação de Alpinismo do Nepal, Ramesh Dhamala.
Anualmente 90 mil pessoas percorrem a rota do Annapurna, de 240 quilômetros e 21 dias de duração, que não exige ser especialista em montanhismo.
As tempestades de neve e os fortes ventos que na terça-feira castigaram o país asiático, incomuns nesta época do ano, foram efeito da passagem de um ciclone pela Índia. Os meteorologistas do Nepal alertaram para a passagem do sistema.
Apesar disso muitos montanhistas não conseguiram ser comunicados por causa da dificuldade das comunicações nas zonas remotas em que estavam.
Antes desta tragédia, o pior acidente nas montanhas do Nepal foi em 1995, quando 26 escaladores morreram no pico do Everest, de 8.848 metros.