A Televisa, maior grupo de mídia do México, não desistiu de comprar a Univision, mesmo após ter sua oferta preterida pelo conselho de administração da empresa no mês passado, que recomendou o apoio à oferta de um consórcio liderado pelos fundos de private equity Dearbonr Partners, Providence Equity, Texas Pacific Groupe e pelo bilionário Haim Saban. Desta vez, a Televisa reuniu um grupo de investidores que inclui a Bain Capital e a Cascade Investments - fundo de private equity criado por Bill Gates.

Um nova oferta da Televisa pode reabrir a batalha pela compra da Univision, a maior rede de mídia em língua espanhola dos Estados Unidos. Os acionistas da empresa devem realizar uma assembléia em 27 de setembro para votar a oferta do consórcio liderado por Saban. Mas o grupo mexicano estuda lançar uma proposta de 13 bilhões de dólares, o equivalente a cerca de 38 dólares por ação. A oferta do grupo rival é de 36,25 dólares por ação em dinheiro.

De acordo com o americano The New York Times, o principal obstáculo para o sucesso da Televisa é a legislação dos Estados Unidos, que proíbe que um grupo estrangeiro possua mais de 25% de capital em companhias de mídia. Os advogados do consórcio ainda estudam um modelo de aquisição que não infrinja a regra. Outro problema é a multa de 300 milhões de dólares que a Univision terá de pagar ao consórcio concorrente, caso o conselho de administração mude de postura e recomende a oferta da Televisa.

Quando o processo de venda da Univision começou, muitos analistas consideraram a Televisa como o grupo com maiores chances de comprá-la. As duas empresas têm relações muito próximas. Boa parte do conteúdo da Univision, como novelas e seriados, é fornecido pela Televisa, por meio de um acordo que vencerá apenas em 2017. Além disso, a rede mexicana já possui uma parcela minoritária do capital da Univision, suficiente, porém, para que tenha direito a um assento no conselho de administração.