Tanzânia quer hidrelétrica de US$2 bi com tecnologia brasileira
País negocia com o Brasil a construção da usina para acabar com problemas de energia
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 14h46.
Dar es Salaam, Tanzânia- A Tanzânia está em planejamento com o Brasil para construir uma hidrelétrica de custo estimado em 2 bilhões de dólares e que poderá transformar a segunda maior economia do leste da África em exportadora líquida de eletricidade, informou um alto representante do país na quarta-feira.
O ministro das Relações Exteriores Bernard Membe e outros funcionários tiveram discussões com seus colegas brasileiros em São Paulo, em setembro, sobre a proposta de construção da hidrelétrica de Stiegler's Gorge, de 2.100 megawatts (MW).
"A usina a ser construída usando tecnologia brasileira gerará um excedente de eletricidade que poderá ser exportado para os centros de consumo do leste e sul da África", disse à Reuters o diretor geral da estatal tanzaniana Autoridade de Desenvolvimento da Bacia do Rufiji, Aloyce Masanja.
Masanja disse que a hidrelétrica será fonte de energia abundante e barata a preço baixo --cerca de 2 centavos de dólar por kilowatt-hora (KWh). Ela ajudará a controlar as inundações na área de Rufiji e criará um reservatório com capacidade total de 34 bilhões de metros cúbicos para abastecer a capital comercial, Dar es Salaam, e outras regiões.
A escassez crônica de energia na Tanzânia vem resultando em blecautes, prejudicando o crescimento econômico do país.
O governo está analisando opções de financiamento do projeto, incluindo empréstimos concessionais, investimentos privados e públicos.
O Brasil fornecerá a tecnologia para a construção da hidrelétrica, e uma delegação do governo brasileiro é aguardado em Dar es Salaam em janeiro para mais discussões sobre o projeto.
Masanja disse que empresas energéticas do Canadá, Estados Unidos e Rússia também expressaram interesse em investir em uma hidrelétrica em Stiegler's Gorge, a 200 quilômetros a sudoeste de, Dar es Salaam.
O local proposto para a construção fica no interior da maior reserva de caça da África, Selous. Uma avaliação de impacto ambiental concluiu que o projeto não afetará a fauna da área, disse Masanja.