Acompanhe:

Talibã adota tom moderado e promete paz e direitos às mulheres

Os anúncios do Talibã, escassos de detalhes, mas levando a crer em uma postura mais suave do que durante seu governo 20 anos atrás

Modo escuro

Continua após a publicidade
Afeganistão: Forças do Talibã patrulham Cabul, capital do Afeganistão (Stringer/Reuters)

Afeganistão: Forças do Talibã patrulham Cabul, capital do Afeganistão (Stringer/Reuters)

R
Reuters

Publicado em 17 de agosto de 2021 às, 16h06.

O Talibã afegão disse nesta terça-feira que quer relações pacíficas com outros países e que respeitará os direitos das mulheres nos moldes da lei islâmica ao realizar sua primeira entrevista coletiva oficial desde a tomada inesperada de Cabul.

Como a política internacional impacta os investimentos? Aprenda a investir com a EXAME Academy

Os anúncios do Talibã, escassos de detalhes, mas levando a crer em uma postura mais suave do que durante seu governo 20 anos atrás, chegaram no momento em que Estados Unidos e aliados ocidentais retiravam diplomatas e civis um dia depois de cenas caóticas de afegãos lotando o aeroporto de Cabul.

Enquanto se apressam em partir, potências estrangeiras estão avaliando como reagir à situação no país desde que as forças afegãs se desfizeram em questão de dias, com o que muitos preveem um esfacelamento provavelmente rápido dos direitos das mulheres.

Entre 1996 a 2001, quando também governou guiado pela lei islâmica, ou shariah, o Talibã proibiu as mulheres de trabalhar e aplicava punições, incluindo o apedrejamento público. As meninas não podiam frequentar escolas, e as mulheres tinham que usar burcas que as cobriam por inteiro para sair.

"Não queremos nenhum inimigo interno ou externo", disse o principal porta-voz do movimento, Zabihullah Mujahid.

As mulheres terão permissão para trabalhar e estudar, e "serão muito ativas na sociedade, mas dentro dos moldes do Islã", acrescentou.

"Precisaremos ver o que realmente acontece, e acho que precisaremos ver atos no local em termos de promessas cumpridas", disse o porta-voz da União Europeia, Stéphane Dujarric, aos repórteres em Nova York em reação à coletiva de imprensa do Talibã.

Mujahid disse que o Taliban não buscará retaliação contra ex-soldados e membros do governo apoiado pelo Ocidente, acrescentando que o movimento está garantindo anistia a ex-soldados do governo afegão, prestadores de serviço e tradutores que trabalharam para forças internacionais.

"Ninguém ferirá vocês, ninguém baterá em suas portas", disse ele, adicionando que existe uma "diferença enorme" entre o Taliban de agora e o de 20 anos atrás.

Ele disse que a mídia privada pode continuar sendo livre e independente no Afeganistão e que o Taliban está comprometido com a mídia dentro de seus moldes culturais.

Ele ainda disse que as famílias que tentam fugir do país pelo aeroporto deveriam voltar para casa e que nada lhes acontecerá.

O tom conciliador de Mujahid contrastou acentuadamente com os comentários do primeiro vice-presidente afegão, Amrullah Saleh, que se declarou o "presidente interino legítimo" e prometeu não se curvar aos novos governantes de Cabul.

  • Quer saber tudo sobre a política internacional? Assine a EXAME e fique por dentro.

Últimas Notícias

Ver mais
Na Vult, venda de batom ajuda no tratamento de vítimas de violência doméstica
ESG

Na Vult, venda de batom ajuda no tratamento de vítimas de violência doméstica

Há um dia

Coragem, um substantivo feminino
ESG

Coragem, um substantivo feminino

Há um dia

Quando carreira e propósito se unem
ESG

Quando carreira e propósito se unem

Há 3 dias

Onde está o meu dinheiro? Violência patrimonial contra mulheres cresce 56% em 4 anos
seloInvest Opina

Onde está o meu dinheiro? Violência patrimonial contra mulheres cresce 56% em 4 anos

Há 3 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais