Mundo

Supremo iraquiano anula resultados do referendo curdo

Segundo um porta-voz, a sentença "inclui o cancelamento dos efeitos e das consequências do referendo"

Curdos: uma semana antes da realização do referendo, o Supremo havia proibido sua realização por considerá-lo contrário à Constituição iraquiana (Ahmed Jadallah/Reuters)

Curdos: uma semana antes da realização do referendo, o Supremo havia proibido sua realização por considerá-lo contrário à Constituição iraquiana (Ahmed Jadallah/Reuters)

E

EFE

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 08h34.

Bagdá - O Supremo Tribunal do Iraque decidiu nesta segunda-feira declarar "inconstitucional" o referendo de independência realizado pela região autônoma do Curdistão no último dia 25 de setembro e anulou seus resultados.

A sentença "inclui o cancelamento dos efeitos e das consequências do referendo", afirmou o porta-voz do Supremo, Iyas al Samuk, em comunicado.

As autoridades de Bagdá consideram que o governo curdo anulou os efeitos do referendo de forma tácita na semana passada, quando mostrou seu "respeito" por uma disposição do Supremo que veta qualquer possibilidade de secessão.

A anulação dos resultados do referendo era a principal exigência de Bagdá para abrir o diálogo político com Erbil, a capital curda, e pôr fim às represálias econômicas implementadas pela realização da consulta de independência.

Uma semana antes da realização do referendo, o Supremo havia proibido sua realização por considerá-lo contrário à Constituição iraquiana.

No último dia 6 de novembro, a pedido do Conselho de Ministros, o Supremo fez uma interpretação do artigo 1 da Constituição e concluiu que a Carta Magna estabelece a unidade do Iraque e nenhum dos seus artigos permite a secessão.

O governo curdo aceitou essa decisão e afirmou que "deve se transformar em uma base para começar um diálogo nacional inclusivo entre Erbil e Bagdá para resolver todas as disputas" entre ambos Executivos.

A realização do referendo abriu uma crise entre Bagdá e Erbil que levou à renúncia do histórico líder curdo Massoud Barzani há duas semanas.

As forças armadas iraquianas lançaram uma campanha militar para forçar o exército curdo a retirar-se das áreas cuja soberania é disputada por ambos governos.

As tropas curdas, conhecidas como "peshmergas", que ocupavam essas áreas desde 2014, se retiraram sem opor excessiva resistência da maioria desses territórios, entre os quais o mais importante é a província petrolífera de Kirkuk.

Acompanhe tudo sobre:IraquePolítica

Mais de Mundo

Milei denuncia 'corridas cambiais' contra seu governo e acusa FMI de ter 'más intenções'

Tiro de raspão causou ferida de 2 cm em orelha de Trump, diz ex-médico da Casa Branca

Trump diz que 'ama Elon Musk' em 1º comício após atentado

Israel bombardeia cidade do Iêmen após ataque de rebeldes huthis a Tel Aviv

Mais na Exame