Superávit comercial cai a U$ 20 bi em agosto na China
Em julho, a China registrou US$ 28,7 bilhões de superávit comercial
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Pequim - O superávit comercial da China diminuiu para US$ 20,03 bilhões em agosto, ante os US$ 28,7 bilhões registrados em julho, informou hoje o governo do país. O superávit do país com os Estados Unidos respondeu por 90% do total, uma participação bem maior que os dois terços de julho. O resultado ficou abaixo da estimativa dos economistas, que previam um saldo de US$ 30 bilhões na balança comercial.
O grande superávit com os EUA deve manter a frustração de Washington com o ritmo lento de apreciação do yuan, levantando a possibilidade de que o Congresso norte-americano aprove uma legislação para punir a China por causa do estrito controle do país sobre a taxa de câmbio. O Congresso tem audiências sobre a política cambial chinesa programadas para a próxima semana.
Hoje, o banco central chinês fixou a paridade central entre o dólar e o yuan no nível mais baixo desde que a autoridade monetária começou a estabelecer essa cotação, em 1994, numa medida provavelmente destinada a diminuir as tensões em torno da questão cambial. A paridade central é o ponto médio diário em torno do qual a cotação do mercado à vista pode oscilar até 0,5% para cima ou para baixo.
As exportações da China cresceram 34,4% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado, desacelerando em relação à alta de 38,1% em julho. As importações aumentaram 35,2% na mesma comparação, acelerando-se em relação à expansão de 22,7% em julho. Economistas previam aumentos de 35% nas exportações e de 25% nas importações.
Em bases mensais, as exportações caíram 4,3% de julho para agosto, enquanto as importações aumentaram 2,1%. As vendas externas renderam à China um total de US$ 139,3 bilhões em agosto, e as importações totalizaram US$ 119,27 bilhões. O crescimento acima do esperado nas importações no mês passado indica que a desaceleração da economia doméstica é menos severa do que alguns temiam, de acordo com economistas.
"Isso sugere que a desaceleração do crescimento chinês, que ficou evidente nos últimos meses, não foi causada por fatores externos, mas foi 'fabricada em Pequim'. Isto é, resultou de decisões políticas para reduzir os riscos de superaquecimento e trazer o crescimento para níveis mais sustentáveis", disse Brian Jackson, economista do Royal Bank of Canada.
Ele acrescentou que o enfraquecimento da expansão econômica dos principais parceiros comerciais da China muito provavelmente afetará as exportações chinesas. As informações são da Dow Jones.
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