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Sul-coreanos pedem renúncia de presidente após escândalo

Protesto ocorre um dia após Park Geun-hye pedir desculpas na televisão pelo caso

Park Geun-hye: pronunciamento não foi capaz de evitar mais protestos (Kim Hong-Ji/Reuters)

Park Geun-hye: pronunciamento não foi capaz de evitar mais protestos (Kim Hong-Ji/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2016 às 08h20.

Seul — Dezenas de milhares de sul-coreanos foram às ruas do centro de Seul neste sábado para pedir a renúncia da presidente Park Geun-hye, em meio a um escândalo político que abala o país. O protesto ocorre um dia após Park pedir desculpas na televisão pelo caso, que envolve a suspeita de que ela permitiu que uma misteriosa amiga manipulasse o poder.

Com cartazes, velas e placas coloridas que pedem a saída da presidente, manifestantes lotaram uma grande praça no centro da capital para pedir a saída da cada vez mais impopular presidente. A polícia havia antecipado que cerca de 40 mil pessoas compareceriam. Trata-se do maior protesto contra o governo em Seul em quase um ano.

Mais cedo nesta semana, os promotores prenderam Choi Soon-sil, a filha do líder de um culto e amiga de longa data de Park, e também detiveram dois ex-assessores da presidente, acusados de pressionar empresas a doar US$ 70 milhões a duas fundações controladas por Choi.

Há também alegações de que Choi, que não tinha emprego no governo, recebia regularmente informações secretas e se intrometia em várias questões da administração, como a nomeação de ministros e decisões sobre políticas. Já se sabe que a amiga editou alguns dos discursos da presidente, mas há ainda muita especulação sobre que influência de fato Choi tinha no governo.

Os partidos de oposição ainda não realizam um grande esforço pela saída da presidente ou por um impeachment e temem que uma crise possa afetar negativamente o resultado deles na disputa presidencial do próximo ano.

Park tentou frear a crise ao demitir oito membros de seu governo e nomear três novos nomes para a administração, incluindo o primeiro-ministro, mas os partidos de oposição criticam as mudanças e veem nelas uma cortina de fumaça.

Uma pesquisa nacional divulgada na sexta-feira mostrou que a aprovação à presidente estava em 5%, menor patamar desde o início da democracia no país, no fim dos anos 1980. Em sua fala na TV na sexta-feira, Park comentou as alegações de corrupção e disse que aceita uma investigação direta de suas ações.

Os partidos de oposição agora pressionam para que a presidente se afaste da política doméstica e transfira poder para o primeiro-ministro escolhido pelo Parlamento. Os partidos também pediram uma investigação em separado do caso, liderada por um promotor especial.

Park tem ainda 15 meses de mandato. Caso ela renuncie antes, a lei sul-coreana prevê uma eleição para a escolha de um novo presidente em até 60 dias. Fonte: Associated Press.

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