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Sul-africanos votam nas primeiras eleições sem Mandela

Sul-africanos votavam nesta quarta nas primeiras eleições gerais sem Nelson Mandela, com o partido Congresso Nacional Africano como grande favorito

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	Sul-africanos aguardam para votar em eleições gerais: mais de 25,3 milhões de sul-africanos devem eleger 400 deputados, que escolherão o presidente
 (Marco Longari/AFP)

Sul-africanos aguardam para votar em eleições gerais: mais de 25,3 milhões de sul-africanos devem eleger 400 deputados, que escolherão o presidente (Marco Longari/AFP)

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Jean Liou

Publicado em 7 de maio de 2014 às, 09h23.

Johanesburgo - Os sul-africanos votavam nesta quarta-feira nas primeiras eleições gerais sem Nelson Mandela, com o partido Congresso Nacional Africano (ANC) como grande favorito, apesar do clima social tenso e da violência nos bairros mais pobres.

Os 22.263 locais de votação, que abriram as portas às 7H00 locais (2H00 de Brasília), fecharão às 21H00 (16H00 de Brasília).

A imprensa destacou alguns incidentes isolados, como a falta de urnas em alguns locais ou o fato de que alguns funcionários eleitorais usavam camisas do ANC.

Mais de 25,3 milhões de sul-africanos devem votar para eleger 400 deputados, que designarão o próximo presidente em 21 de maio.

Jacob Zuma, de 72 anos, no poder desde as eleições de 2009, deve obter o segundo mandato de cinco anos.

Diante de uma seção eleitoral de Soweto, a apenas 300 metros da antiga casa do falecido ex-presidente Mandela, mais de 20 pessoas aguardavam desde 6H30 para votar.

As autoridades pediram calma em todo o país, que registra manifestações violentas quase diárias nos bairros mais pobres, geralmente para protestar contra a má qualidade dos serviços públicos.

Na terça-feira à noite foram registrados distúrbios no bairro de Bekkersdal, perto de Johannesburgo. Três locais de votação foram incendiados, segundo a rádio 702.

Todas as pesquisas apontam um pouco mais de 60% de intenções de votos para o ANC, o que garante uma ampla vitória, mas abaixo dos 65,9% votos obtidos há cinco anos.

A África do Sul é um "lugar melhor para se viver do que em 1994", no final do regime segregacionista do apartheid, insistiu o partido durante a campanha. "Nós temos uma boa história para contar".


De fato, muitos progressos foram realizados ao longo dos últimos 20 anos. Quase 96% das famílias agora têm acesso à água potável, contra 62% em 1994, e 87% das casas possuem energia elétrica, contra 58%. Além disso, a taxa de criminalidade - assustadora na época - caiu, há menos favelas e uma classe média negra crescente.

Mas a África do Sul pós-apartheid continua sendo um país profundamente desigual, onde os brancos ganham, em média, seis vezes mais do que os negros, e onde são menos afetados pelo desemprego (menos de 7%, contra mais de 28%), onde continuam a ter melhor acesso à educação, que continua a ser crítica para a maioria da população.

Os primeiros cinco anos de presidência de Zuma foram marcados por vários escândalos, sendo o mais recente o das obras realizadas em sua residência privada em Nkandla (leste) às custas dos contribuintes. Acima de tudo, o chefe de Estado tem sangue em suas mãos desde que a polícia abriu fogo contra os grevistas da mina de Marikana (norte) em agosto de 2012 e matou 34 pessoas.

O partido recuperou a imagem de seu mais ilustre militante, Nelson Mandela, que faleceu em dezembro.

"Vamos seguir seus passos", afirmam as páginas de publicidade. "Façam por Madiba, votam ANC", pedem os cartazes.

Na oposição, a Aliança Democrática (DA, liberal) deve ganhar terreno, com pouco mais de 20% dos votos segundo as pesquisas.

A imagem de "partido dos brancos" continua muito forte, mas a DA conseguiu unir outras minorias, índios e mestiços, e ataca o eleitorado negro com jovens líderes ambiciosos.

No outro lado do espectro político está o partido Combatentes pela Liberdade Econômica (FEP) do jovem populista Julius Malema. As pesquisas apontam para 4 a 5% das intenções de votos.

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