Submarino desaparecido: Ontem, sinais subaquáticos foram captados por um avião canadense (Fatih Aktas/Anadolu Agency/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 22 de junho de 2023 às 11h16.
Última atualização em 22 de junho de 2023 às 17h02.
Atualização mais recente: A Guarda Costeira dos Estados Unidos declarou, em coletiva de imprensa, que ninguém a bordo do submarino desaparecido na região do naufrágio do Titanic sobreviveu. "Os detritos eram consistentes com a perda catastrófica da câmara de pressão, que gerou a morte de toda a tripulação", destacou o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira, 22, que prossegue com a operação de "resgate" do submarino desaparecido com cinco tripulantes perto dos destroços do Titanic, apesar do temido fim das reservas de oxigênio.
A intensa operação de busca à embarcação, que perdeu contato com a superfície no domingo, entrou nesta quinta-feira numa fase crítica, uma vez que as reservas de oxigênio podem ter se esgotado. A projeção era que as 96 horas disponíveis acabassem às 6h desta manhã.
"Nós continuamos vendo casos particularmente complexos nos quais a vontade de viver das pessoas também deve ser levada em consideração. Então, nós continuamos procurando e com os esforços de resgate", disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira americana e que coordena a operação, ao programa Today do canal NBC.
Mais cedo, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que dois ROVs (Veículos Operados Remotamente) — da França e do Canadá — entraram na água e reforçam as buscas na área onde pode estar o submergível Titan. Um navio francês equipado com um robô de mergulho em alto mar desacelerou nesta manhã m meio as buscas próximas da área onde o submarino desaparecido em expedição ao Titanic perdeu o contato. Especialistas afirmam que a desaceleração do navio pode significa que ela tenha encontrado algo no fundo do mar.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos mantém o "otimismo", mas a situação é considerada cada vez mais complicada. Em coletiva de imprensa ontem, o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos EUA, afirmou que as equipes já vasculharam mais de 26 mil km² de mar aberto, aproximadamente o tamanho do estado de Alagoas.
Aviões e barcos realizam as busca na superfície, caso o submarino tenha emergido, mas perdido a comunicação. Além do robô francês, boias de sonar foram lançadas no mar para tentar localizar o submarino submerso.
A USCG também tem a disposição um sistema especializado capaz de içar objetos grandes, volumosos e pesados, como submarinos. Novos equipamentos devem ser incorporados na busca nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, sinais subaquáticos foram captados por um avião canadense. O anúncio da detecção de ruídos foi o sinal mais esperançoso da possibilidade de resgate das cinco pessoas a bordo do submersível Titan.
Segundo o capitão Frederick, as equipes ainda não sabem o que são os sons, mas as operações foram direcionadas para a região onde os ruídos foram captados.
Fatores como a profundidade que o submarino pode estar, a falta de luz a noite e o estado do mar dificultam a operação de resgate. A Guarda Costeira dos EUA explicou que as operações de busca são complexas. "É um desafio realizar uma busca nessa área remota, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo", afirmou na segunda-feira o contra-almirante John Mauger. O capitão Frederick afirmou ontem que a busca segue "complexa" e que as equipes estão "trabalhando sem parar".
No Titan viajavam o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho, Suleman, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista nos destroços do Titanic, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions.
Todos estavam cientes dos perigos da expedição, disse Reiss à BBC. "Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes".
O custo da excursão é US$ 250.000 (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por passageiro. O pacote também pode incluir um mergulho de oito horas até os destroços da embarcação inglesa.
Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submarino 'Titan' que desapareceu no domingo após iniciar uma expedição rumo aos destroços do Titanic, afirmou em um podcast que "em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício". O empresário é um dos tripulantes que estão dentro do submersível perdido no Oceano Atlântico.
O Titanic zarpou do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912 para sua viagem inaugural rumo a Nova York, mas afundou depois de colidir com um iceberg cinco dias depois. Dos 2.224 passageiros e tripulantes, morreram quase 1.500.
Os destroços do transatlântico foram descobertos em 1985 a 650 quilômetros da costa canadense, a 4.000 metros de profundidade, em águas internacionais do Oceano Atlântico. Desde então, a área é visitada por caçadores de tesouros e turistas.
Embora o submarino ainda possa estar intacto durante o mergulho, "são poucas as embarcações" capazes de ir até a profundidade em que o Titan pode ter viajado.