Mundo

Soldados e vigilantes patrulham Venezuela após saques e mortes

Ao menos três pessoas morreram e 405 foram presas em protestos e saques ocorridos no final de semana

Venezuela: em reação aos tumultos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adiou a eliminação das notas de 100 bolívares até 2 de janeiro (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

Venezuela: em reação aos tumultos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adiou a eliminação das notas de 100 bolívares até 2 de janeiro (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 20h54.

Bolívar/Táchira - Soldados patrulhavam ruas, vizinhos montavam barricadas e empresários vistoriavam lojas danificadas nesta segunda-feira nas partes da Venezuela mais atingidas pelos episódios de violência desencadeados por uma escassez de dinheiro.

Ao menos três pessoas morreram e 405 foram presas em protestos e saques ocorridos no final de semana seguinte à decisão do governo socialista de retirar de circulação a nota de valor mais alto do país, segundo autoridades.

A oposição estimou o saldo de mortes em cinco, embora as autoridades só tenham confirmado que um homem, uma mulher e um menino de 14 anos foram mortos a tiros em Bolívar, Estado do sul venezuelano mais afetado.

Alguns saqueadores visaram lojas de propriedade de chineses, disseram testemunhas, o que causou preocupação em Pequim.

Raimon Moya, de 29 anos, se abrigou em uma delegacia de polícia a 100 metros de onde os saqueadores atacaram seu açougue na capital estadual, Ciudad Bolívar.

"É como vê-los matar uma criança", disse. "Você trabalha toda sua vida por algo, e eles o destroem em minutos", acrescentou. Cerca de 350 pontos comerciais da cidade foram saqueados.

Em reação aos tumultos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adiou a eliminação das notas de 100 bolívares até 2 de janeiro para dar tempo para que as notas de maior valor entrem em circulação.

A retirada das cédulas de 100 bolívares, iniciada antes de as novas notas estarem disponíveis, fez com que muitas pessoas não conseguissem pagar bens essenciais e realizar transações na movimentada véspera do Natal.

Isso só agravou a penúria de uma população que já sofre com uma escassez de alimentos e a maior inflação do mundo.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Autoridades resgatam 36.448 Pessoas das Inundações em Valência

Rússia está envolvida em ameaças de bomba no dia da eleição nos EUA, diz secretário

Arizona reforça segurança em centros de votação com drones e vigilância armada

Ameaças interrompem temporariamente votação na Geórgia, condado decisivo dos EUA