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Socialistas vencem eleições legislativas em Portugal

O resultado divulgado pelo governo é considerado surpreendente, já que pesquisas apontavam um empate técnico com o Partido Social Democrata

Premiê António Costa, durante evento de campanha: vitória de seu partido (AFP/AFP)

Premiê António Costa, durante evento de campanha: vitória de seu partido (AFP/AFP)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 30 de janeiro de 2022 às 20h02.

Última atualização em 31 de janeiro de 2022 às 02h11.

O Partido Socialista (PS), liderado pelo atual primeiro-ministro de Portugal, António Costa, ganhou as eleições legislativas realizadas neste domingo, 30, com ampla vantagem, indicam números divulgados pelo Ministério da Administração Interna. Com 59% da apuração realizada, o partido soma mais de 43% dos votos, contra 31,21% do Partido Social Democrata. O resultado é considerado surpreendente, já que pesquisas divulgadas nos últimos dias de campanha apontavam um empate técnico entre ambos os partidos.

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O resultado deve conceder aos socialistas ampla maioria no parlamento, chegando a 118 assentos de 230. Se o cenário for concretizado, o partido não precisará do apoio do Bloco de Esquerda e dos Comunistas. A aliança, batizada de Geringonça, ruiu após um desacordo entre as legendas sobre o Orçamento deste ano, o que provocou a antecipação das eleições. Portugal, como muitos países da Europa, tem um regime parlamentarista. Os deputados eleitos para compor a Assembleia da República determinarão quem será o próximo primeiro-ministro de Portugal.

O ultradireitista Chega confirmou as previsões e se tornou a terceira força no parlamento português, obtendo mais de 7% dos votos, contra 3,2% do Bloco de Esquerda, que ocupava a posição em 2019. A coalizão de comunistas e verdes também registrou queda no número de votos, passando de 4,6% nas últimas eleições para 3,6% agora.

Ao todo, mais de 10,8 milhões de eleitores foram convocados para votar no pleito, convocado pelo presidente conservador Marcelo Rebelo após a dissolução do parlamento. O medo da abstenção, que em 2019 ultrapassou os 51%, marcou a reta final da campanha, realizada em meio a uma nova onda de infecções por covid-19 no país.

Ao longo do dia, candidatos de diferentes partidos e o próprio Rebelo apelaram à votação e garantiram que as condições sanitárias eram seguras para os eleitores. De acordo com dados iniciais do Ministério da Administração Interna, 45,66% da população apta a votar havia comparecido às urnas no meio da tarde, maior taxa registrada desde as eleições legislativas de 2015.

Cerca de 1 milhão de pessoas com mais de 18 anos estavam em confinamento domiciliar no domingo devido a infecções por covid-19, disseram autoridades de saúde. Eles foram excepcionalmente autorizados a votar.

Os eleitos devem encontrar um cenário desafiador. Além da nova onda de covid-19, Portugal enfrenta problemas em sua economia, que está ficando para trás do resto dos 27 países da UE desde 2000, quando seu produto interno bruto anual real per capita era de 16.230 euros (US$ 18.300), em comparação com uma média da UE de 22.460 euros (US$ 25.330).

Em 2020, Portugal subiu para 17.070 euros (US$ 19.250), enquanto a média do bloco subiu para 26.380 euros (US$ 29.750). Hoje, Portugal é a nação mais pobre da Europa Ocidental.

O novo governo terá a responsabilidade de investir os 45 bilhões de euros (US$ 50 bilhões) recebidos da União Europeia para ajudar a estimular a economia após a pandemia de covid-19.

Dois terços dessa quantia destinam-se a projetos públicos, como grandes infraestruturas, dando ao próximo governo uma bonança financeira. O outro terço será concedido a empresas privadas.

Com agências internacionais

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