Etiópia: o parlamento decretou três dias de luto nacional (Tiksa Negeri/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2017 às 13h28.
Última atualização em 14 de março de 2017 às 13h52.
A prefeitura de Adis-Abeba, a capital da Etiópia, elevou nesta terça-feira para 72 o número de mortos no deslizamento ocorrido no sábado pela noite em um grande depósito de lixo situado nos arredores da cidade, após o qual o parlamento decretou três dias de luto nacional.
Nas últimas horas, os serviços de emergência recuperaram mais corpos entre as toneladas de lixo deste imenso depósito e o número de mortos chegou a 72, segundo explicou aos veículos de imprensa o prefeito de Adis-Abeba, Diriba Kuma.
O prefeito acrescentou que 300 famílias que viviam na área foram realocadas em outros lugares mais seguros e que os serviços médicos temporários foram mobilizados para fazer frente a possíveis focos de doenças.
Dezenas de pessoas ainda seguem desaparecidas, por isso não se descarta que o número de mortos continue subindo nas próximas horas.
No momento do deslizamento, mais de 150 pessoas se encontravam no lixão de Repi, o mais antigo da capital, alguns deles catadores de lixo em busca de algo de valor e outros que viviam em casas improvisadas no local, segundo a Anistia Internacional (AI).
"O governo etíope é responsável por este desastre totalmente evitável. Tinha consciência de que o depósito estava completamente cheio, mas, mesmo assim, continuou utilizando-o", denunciou ontem o diretor regional da AI, Muthoni Wanyeki.
A organização também criticou que as autoridades permitissem que centenas de pessoas vivessem perto do lixão, aonde muitas pessoas vão todos os dias para coletar lixo como meio de vida.
Neste sentido, a AI exigiu uma investigação para esclarecer as causas do ocorrido e que seja oferecido aos sobreviventes uma moradia digna, já que suas casas ficaram totalmente cobertas por toneladas de resíduos.