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Snowden ainda não pode deixar aeroporto, diz advogado

Destino do ex-técnico da NSA não foi selado e documento que liberaria sua saída ainda não chegou em suas mãos, apesar de afirmações da imprensa local


	Pôster em apoio a Edward Snowden, exposto no distrito financeiro de Hong Kong: abrigar Snowden pode criar mais tensão nas relações russo-americanas
 (REUTERS/Bobby Yip)

Pôster em apoio a Edward Snowden, exposto no distrito financeiro de Hong Kong: abrigar Snowden pode criar mais tensão nas relações russo-americanas (REUTERS/Bobby Yip)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 13h44.

Moscou - O ex-consultor da inteligência americana Edward Snowden se preparava nesta quarta-feira para deixar a zona de trânsito do aeroporto de Moscou, onde esteve refugiado no último mês, depois de obter um documento que o autoriza oficialmente a entrar na Rússia, segundo a imprensa local.

No entanto, o advogado do americano, Anatoly Kucherena, afirmou que seu destino ainda não foi selado e que o documento ainda não chegou às mãos de Snowden.

A agência de notícias oficial RIA Novosti havia indicado nesta quarta-feira que um documento emitido na Rússia confirma que seu pedido de asilo é submetido a estudo e permite que entre no país desde que os guardas fronteiriços não se oponham.

Esta agência ressaltou que o documento foi entregue oficialmente a Kucherena, o advogado que o ajuda e que atualmente está no aeroporto de Sheremetievo reunido com Snowden em uma zona segura.

O advogado do americano, no entanto, afirmou que Snowden ainda não está em posse do documento que autorizará sua saída, contradizendo as informações divulgadas.

"Na data de hoje, este documento ainda não foi entregue (a ele)", disse Kucherena à rede de televisão estatal do país, acrescentando que o processo estava sendo prolongado já que esta é "a primeira situação deste tipo na Rússia".

Kucherena acrescentou, por sua vez, que a entrega do documento deve ocorrer "nos próximos dias" e que posteriormente Snowden "planeja permanecer na Rússia".

Muitos jornalistas estavam do lado de fora de uma porta com a placa "apenas funcionários" no térreo do terminal de Sheremetievo, onde a polícia e os guardas de segurança mantinham um forte controle, disse um correspondente da AFP no local.


A agência de notícias Interfax afirmou que Snowden, que é buscado pelos Estados Unidos, que o acusam de espionagem por ter feito revelações sobre um grande plano secreto de escutas, pode sair do aeroporto "nas próximas horas".

"O americano está se preparando para sair. Estão dando roupas novas a ele. O documento será entregue a ele por Kucherena", afirmou a Interfax.

A RIA Novosti citou uma fonte do serviço de guardas fronteiriços russos segundo a qual ele poderá sair do aeroporto quando apresentar o documento.

Aparentemente não cruzará a fronteira com os passageiros, mas através de um canal especial, disse a Interfax.

O serviço de migração negou-se a fazer comentários e não houve uma confirmação oficial de que estivesse se preparando para entrar em território russo.

No início deste mês, Snowden apresentou um pedido de asilo à Rússia, um processo que pode levar até três meses.

Kucherena disse que Snowden poderia inclusive solicitar a cidadania russa e está interessado em arrumar um emprego no país.


Abrigar Snowden pode criar mais tensão nas relações russo-americanas. Mas a Rússia se negou a entregar Snowen, afirmando que não tem um tratado de extradição com os Estados Unidos.

Snowden chegou a Moscou procedente de Hong Kong no dia 23 de junho.

O ex-consultor da inteligência deveria embarcar em um voo para Cuba no dia seguinte, mas nunca chegou a subir no avião para Havana.

Terminou isolado no aeroporto de Moscou depois que os Estados Unidos revogaram seu passaporte.

Graças à ajuda de Sarah Harrinson, uma funcionária do grupo de vazamento de informações WikiLeaks, Snowden apresentou pedidos de asilo a 27 países, mas a maioria deles se negou a conceder refúgio devido às pressões de Washington.

Três nações latino-americanas conhecidas por sua posição anti-americana - Nicarágua, Bolívia e Venezuela - disseram que estão dispostas a conceder refúgio a ele.

Mas há dúvidas de que este americano consiga viajar à América Latina, depois que o avião do presidente boliviano, Evo Morales, que partiu de Moscou no início deste mês, foi obrigado a pousar em Viena depois de ser proibido de sobrevoar o espaço aéreo de alguns países europeus por suspeitas de que transportava o americano.

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