Inspetores da OPAQ em local não revelado da Síria no dia 10 de outubro (©afp.com)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2013 às 09h52.
Damasco - A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) informou neste domingo ter recebido no prazo exigido o programa de destruição do arsenal químico da Síria.
"A OPAQ confirma que a República Árabe Síria apresentou, na quinta-feira 24 de outubro, a declaração inicial formal de seu programa de armas químicas", destaca a organização em um comunicado.
O texto destaca que a "Síria atendeu o prazo" fixado.
A declaração "permite estabelecer os planos para efetuar uma destruição sistemática, integral e verificada das armas químicas declaradas, assim como das instalações de produção e de montagem", completa a OPAQ, que tem sede em Haia.
"Este plano geral de destruição foi submetido à análise do conselho executivo da OPAQ", organismo responsável por supervisionar a destruição do arsenal químico sírio após uma histórica resolução da ONU a respeito.
A resolução 2118 determina a destruição do arsenal químico sírio até meados de 2014.
A resolução da ONU foi aprovada após um acordo entre Estados Unidos e Rússia sobre o desmantelamento do arsenal químico sírio, que afastou a ameaça de um ataque militar americano.
A ameaça foi anunciada após um letal ataque com armas químicas atribuído ao regime sírio em 21 de agosto, perto de Damasco.
Grupos rebeldes contrários à conferência
Ao mesmo tempo, 20 grupos islamitas sírios rejeitaram de maneira categórica a conferência de paz conhecida como "Genebra-2", apoiada por Estados Unidos e Rússia, para obter uma solução política à guerra civil.
"Anunciamos que a conferência Genebra-2 não é e nunca será a escolha do povo ou uma reivindicação de nossa revolução", anunciaram os grupos armados islamitas em um comunicado lido pelo comandante da brigada Suqur al-Sham, Ahmad Eisa al-Sheikhj.
"Para nós este é um elemento adicional do complô destinado a provocar o descarrilamento de nossa revolução e acabar com ela", completa a nota, assinada por vários grupos, incluindo alguns que integram o Exército Sírio Livre. Outros combatem os movimentos jihadistas, também contrários ao regime.
Os eventuais participantes na conferência cometerão uma "traição" e terão que responder "em nossos tribunais", completa a nota.
A oposição síria, muito dividida a respeito de uma eventual participação na conferência de paz que já foi adiada diversas vezes, exige garantias de que a reunião terminará com a saída do presidente Bashar al-Assad, o que é rejeitado pelo governo.
Brahimi retorna à Síria
O emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, viaja na segunda-feira a Damasco como parte de uma missão para preparar a conferência internacional Genebra-2.
Neste domingo, o enviado está no Irã, principal aliado regional da Síria.
Esta será a primeira visita de Brahimi a Damasco desde dezembro de 2012. Na ocasião ele estimulou uma mudança "real" na Síria e a formação de um governo de transição com plenos poderes.