Mundo

Serra se diz favorável à autonomia operacional do Banco Central

Em um tema delicado na relação eleitoral do PSDB e do PT, o da privatização, o tucano afirmou que não vê espaço para novas vendas de estatais no país

Crítico sistemático do nível da taxa de juros e também da valorização do real, Serra declarou que não teria como alterar o câmbio (.)

Crítico sistemático do nível da taxa de juros e também da valorização do real, Serra declarou que não teria como alterar o câmbio (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

São Paulo - Pouco mais de um mês depois de afirmar que o Banco Central não é a "Santa Sé", o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse nesta segunda-feira que é favorável à autonomia operacional da instituição.

Nas últimas perguntas de sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta tarde, no chamado "pinga-fogo", Serra respondeu "operacional, sim" sobre a independência do BC.

O assunto acabou ficando polêmico nesta eleição, depois de sua declaração sobre a "Santa Sé" em outra entrevista, dada em maio à rádio CBN. O comentário levou ao entendimento de que pregava intervenção na autoridade monetária, o que desagradaria parte do mercado financeiro e reforçaria a ideia de que Serra seria intervencionista na economia.

Durante a sabatina da Folha, Serra explicou o funcionamento ideal do Banco Central sob sua gestão. "Eu acho que tem que funcionar direito e tem que ser entrosado", disse, referindo-se ao BC e aos ministérios da Fazenda e do Planejamento.

"Não pode ter uma política que vai para um lado e uma que vai para o outro. Com esse entendimento, vamos conseguir fazer uma bela política econômica", afirmou, em crítica ao governo Lula.

Crítico sistemático do nível da taxa de juros e também da valorização do real, Serra declarou que não teria como alterar o câmbio, ao afirmar que não há espaço para intervenção na política cambial que, para ele, está amarrada à de juros.

Ele fugiu da pergunta sobre o nível ideal da meta de superávit primário para a economia brasileira, dizendo apenas que houve um "afrouxamento" durante a crise financeira internacional (2008-2009), o que foi "justificável".

Em um tema delicado na relação eleitoral do PSDB e do PT, o da privatização, o tucano afirmou que não vê espaço para novas vendas de estatais no país e chamou de mentirosas afirmações de que iria realizar privatizações. Para ele, isto seria "puro terrorismo eleitoral".

Quanto ao marco regulatório do petróleo do pré-sal, principalmente a divisao dos royalties do produto entre os Estados, reafirmou que não deveria estar em votação pelo Congresso em pleno período eleitoral. Para ele, não há pressa neste tema.

Sobre a reforma no deficitário sistema previdenciário nacional, Serra afirmou que o ideal seria realizar uma reforma sem mexer em direitos adquiridos.

Ele também anunciou que faria em todo o país o que implementou no Estado de São Paulo: um sistema informatizado que incentiva os consumidores a pedir notas fiscais recebendo uma pequena parte dos impostos como recompensa.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEleiçõesEleições 2010José SerraMercado financeiroOposição políticaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países