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Secretário quer multa pesada à CTEEP por apagão em SP

De acordo com o secretário de energia do Estado, é inadmissível que uma empresa com um lucro "muito forte" como a Cteep não preste um serviço de qualidade à população

A Cteep negou que os problemas de ontem foram provocados por falta de investimento (Antonio Milena)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 17h40.

São Paulo - O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, afirmou hoje, em entrevista à rádio Estadão/ESPN, que recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que aplique uma multa "altíssima" à Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) por conta do apagão ocorrido ontem em bairros das zonas sul e oeste da capital paulista. De acordo com ele, é inadmissível que uma empresa com um lucro "muito forte" como a Cteep não preste um serviço de qualidade à população. "Recomendamos à Aneel que imponha uma multa fortíssima a essa empresa. Esse apagão causou danos terríveis."

Aníbal afirmou que o Estado de São Paulo não tem a responsabilidade de fiscalizar a transmissão de energia, mas diagnosticou falta de investimento da Cteep para evitar panes como a de ontem, que afetou cerca de três milhões de pessoas na cidade. A empresa confirmou que uma falha no sistema de segurança da subestação Milton Fornasaro, no Jaguaré, zona oeste, provocou o apagão. O secretário citou também que falha semelhante ocorreu em fevereiro deste ano, deixando cerca de 2,5 milhões sem luz.

O secretário cogitou o envelhecimento do sistema de proteção da Cteep por falta de investimento. "Essa gente parece que age sobre a impunidade. Parece que o consumidor não é o fim, e sim um meio para eles faturarem. As pessoas estão pagando pela energia, que não é barata, para ter um serviço de qualidade", afirmou. "Falta investimento", disse, questionando: "Se não tivermos certa condição preventiva, de atendimento e de resolução de problemas, o que vamos fazer quando chegar o verão?"

Defesa

Procurada pela Agência Estado, a Cteep negou que os problemas de ontem foram provocados por falta de investimento. O diretor de Operações da companhia, Celso Cerchiari, afirmou que a Cteep investe, anualmente, R$ 100 milhões em operação e manutenção e R$ 500 milhões em modernização e reforços do sistema de transmissão. "Temos investido aquilo que nós consideramos que é perfeitamente adequado e razoável para a nossa atividade. Do ponto de vista de Cteep, não há o que se questionar sobre os valores investidos", rebateu.

O executivo argumentou que a Cteep está investindo na construção de duas novas subestações, que irão reforçar o sistema de transmissão na cidade de São Paulo. Os projetos em questão são as subestações Piratininga II e Jandira, que devem entrar em operação até dezembro deste ano. "Estamos fazendo um esforço enorme para entrar em operação com parte desses projetos no início do verão", destacou. Com as duas instalações, o diretor da Cteep disse que a companhia fornecerá uma "solução estrutural" para evitar problemas nas zonas sul e oeste de São Paulo.

Além disso, Cerchiari acrescentou que o governo de São Paulo está totalmente a par de todos os investimentos da Cteep. O executivo explicou que, a cada dois meses, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) promove uma reunião com as empresas de geração, transmissão e distribuição do Estado de São Paulo. Os encontros são organizados pelo operador na própria sede da Secretaria Estadual de Energia. "É um planejamento integrado, e não é algo eletivo de uma empresa A ou B. O governo de São Paulo participa dessa reunião".

'Parceria'

Ao contrário do que sugere o discurso de Aníbal, o executivo da Cteep disse que a relação entre a transmissora e o governo de São Paulo é de "parceria". "O governo de São Paulo nos ajudou muito no processo de licenciamento ambiental da subestação Piratininga II. Realmente, eles foram um parceiro muito grande para a Cteep. A nossa relação com o governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Energia, é muito boa", declarou. A entrada em operação de Piratininga II acabou atrasando por problemas no processo de licenciamento ambiental na cidade de São Paulo.

Sobre os problemas ocorridos ontem, o executivo disse que a Cteep ainda está avaliando qual foi ponto de origem que provocou o acionamento do sistema de proteção da subestação Milton Fornasaro, fato que causou o blecaute em algumas áreas da capital paulista. "Nenhum equipamento estava danificado nem houve curto-circuito. Estamos realizando uma série de desligamentos na subestação para verificar de onde saiu o comando para o acionamento da proteção", disse. A expectativa é de que, na próxima semana, a companhia descubra a origem do problema.

Apesar das pesadas críticas de Aníbal, que tem ambições políticas de disputar as eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2012 pelo PSDB, a privatização da Cteep ocorreu justamente durante o segundo mandato do atual governador Geraldo Alckmin. Em 2006, a empresa colombiana ISA pagou R$ 1,2 bilhão para arrematar a transmissora paulista, no leilão público organizado pelo Estado de São Paulo. Os recursos obtidos na privatização foram usados pelo governo paulista para reestruturar o elevado endividamento de outra estatal elétrica, a geradora Cesp.

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São Paulo - O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, afirmou hoje, em entrevista à rádio Estadão/ESPN, que recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que aplique uma multa "altíssima" à Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) por conta do apagão ocorrido ontem em bairros das zonas sul e oeste da capital paulista. De acordo com ele, é inadmissível que uma empresa com um lucro "muito forte" como a Cteep não preste um serviço de qualidade à população. "Recomendamos à Aneel que imponha uma multa fortíssima a essa empresa. Esse apagão causou danos terríveis."

Aníbal afirmou que o Estado de São Paulo não tem a responsabilidade de fiscalizar a transmissão de energia, mas diagnosticou falta de investimento da Cteep para evitar panes como a de ontem, que afetou cerca de três milhões de pessoas na cidade. A empresa confirmou que uma falha no sistema de segurança da subestação Milton Fornasaro, no Jaguaré, zona oeste, provocou o apagão. O secretário citou também que falha semelhante ocorreu em fevereiro deste ano, deixando cerca de 2,5 milhões sem luz.

O secretário cogitou o envelhecimento do sistema de proteção da Cteep por falta de investimento. "Essa gente parece que age sobre a impunidade. Parece que o consumidor não é o fim, e sim um meio para eles faturarem. As pessoas estão pagando pela energia, que não é barata, para ter um serviço de qualidade", afirmou. "Falta investimento", disse, questionando: "Se não tivermos certa condição preventiva, de atendimento e de resolução de problemas, o que vamos fazer quando chegar o verão?"

Defesa

Procurada pela Agência Estado, a Cteep negou que os problemas de ontem foram provocados por falta de investimento. O diretor de Operações da companhia, Celso Cerchiari, afirmou que a Cteep investe, anualmente, R$ 100 milhões em operação e manutenção e R$ 500 milhões em modernização e reforços do sistema de transmissão. "Temos investido aquilo que nós consideramos que é perfeitamente adequado e razoável para a nossa atividade. Do ponto de vista de Cteep, não há o que se questionar sobre os valores investidos", rebateu.

O executivo argumentou que a Cteep está investindo na construção de duas novas subestações, que irão reforçar o sistema de transmissão na cidade de São Paulo. Os projetos em questão são as subestações Piratininga II e Jandira, que devem entrar em operação até dezembro deste ano. "Estamos fazendo um esforço enorme para entrar em operação com parte desses projetos no início do verão", destacou. Com as duas instalações, o diretor da Cteep disse que a companhia fornecerá uma "solução estrutural" para evitar problemas nas zonas sul e oeste de São Paulo.

Além disso, Cerchiari acrescentou que o governo de São Paulo está totalmente a par de todos os investimentos da Cteep. O executivo explicou que, a cada dois meses, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) promove uma reunião com as empresas de geração, transmissão e distribuição do Estado de São Paulo. Os encontros são organizados pelo operador na própria sede da Secretaria Estadual de Energia. "É um planejamento integrado, e não é algo eletivo de uma empresa A ou B. O governo de São Paulo participa dessa reunião".

'Parceria'

Ao contrário do que sugere o discurso de Aníbal, o executivo da Cteep disse que a relação entre a transmissora e o governo de São Paulo é de "parceria". "O governo de São Paulo nos ajudou muito no processo de licenciamento ambiental da subestação Piratininga II. Realmente, eles foram um parceiro muito grande para a Cteep. A nossa relação com o governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Energia, é muito boa", declarou. A entrada em operação de Piratininga II acabou atrasando por problemas no processo de licenciamento ambiental na cidade de São Paulo.

Sobre os problemas ocorridos ontem, o executivo disse que a Cteep ainda está avaliando qual foi ponto de origem que provocou o acionamento do sistema de proteção da subestação Milton Fornasaro, fato que causou o blecaute em algumas áreas da capital paulista. "Nenhum equipamento estava danificado nem houve curto-circuito. Estamos realizando uma série de desligamentos na subestação para verificar de onde saiu o comando para o acionamento da proteção", disse. A expectativa é de que, na próxima semana, a companhia descubra a origem do problema.

Apesar das pesadas críticas de Aníbal, que tem ambições políticas de disputar as eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2012 pelo PSDB, a privatização da Cteep ocorreu justamente durante o segundo mandato do atual governador Geraldo Alckmin. Em 2006, a empresa colombiana ISA pagou R$ 1,2 bilhão para arrematar a transmissora paulista, no leilão público organizado pelo Estado de São Paulo. Os recursos obtidos na privatização foram usados pelo governo paulista para reestruturar o elevado endividamento de outra estatal elétrica, a geradora Cesp.

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