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Secretário dos EUA avisa que deportação espera as crianças

Jeh C. Johnson avisou os pais das crianças centro-americanos que estão cruzando ilegalmente a fronteira do Sul que 'não há permissões' no final da viagem

Imigrantes no departamento de Imigração dos Estados Unidos em Phoenix, Arizona (Samantha Sais/Reuters/Reuters)

Imigrantes no departamento de Imigração dos Estados Unidos em Phoenix, Arizona (Samantha Sais/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 14h22.

Washington - O Secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jeh C. Johnson, avisou neste domingo aos pais das crianças centro-americanos que estão cruzando ilegalmente a fronteira do Sul que "não há permissões" no final da viagem e o que as espera é a deportação.

Em uma "carta aberta aos pais", remetida hoje à Agência Efe, Johnson adverte dos perigos dessa aventura e dos traumas que as crianças podem sofrer nas mãos de contrabandistas.

"Se sua filha ou filho for preso ao atravessar a fronteira de forma ilegal, será acusado de violar as leis migratórias dos Estados Unidos e será iniciado um processo de deportação: uma situação nada recomendável", garante o principal responsável do Departamento de Segurança Nacional dos EUA.

Johnson rebate o rumor de que haveria exceções à atual legislação migratória ou seu projeto de reforma, em estudo no Congresso, contemplando uma regularização futura para os que tenham entrado no país sendo crianças.

Segundo as autoridades americanas, essa falsa impressão, divulgada interessadamente pelas máfias do tráfico de pessoas, é a origem da chegada em massa de crianças centro-americanas não acompanhadas. Ao todo, já são quase 47 mil só neste ano.

"Deixa eu ser claro: não há qualquer caminho que leve a ação diferida nem à cidadania, nem há qualquer recurso que o Congresso esteja contemplando para uma criança que cruze nossa fronteira de forma ilegal hoje", afirma Johnson.

Ele explicou que o programa "Ação Diferida para os Chegados na Infância (Deferred Action for Childhood Arrivals)" do governo americano, também conhecido com o nome de Daca, "não se aplica às crianças que cruzem a fronteira americana de forma ilegal hoje, nem as que cruzaram ontem ou cruzarão amanhã".

"Para cumprir com os requisitos da Daca, a criança deve ter entrado nos Estados Unidos antes de 15 de junho de 2007, há sete anos", especifica.

"A legislação de reforma migratória que se encontra atualmente no Congresso oferece um caminho merecido à cidadania, mas apenas para determinadas pessoas que vieram a este país antes de 31 de dezembro de 2011, inclusive (ou seja, há dois anos e meio)".

Johnson acrescenta que conforme às leis e políticas atuais dos EUA, qualquer pessoa que seja detida ao atravessar ilegalmente a fronteira será submetida a deportação prioritária, independentemente de sua idade.

"O documento, que emitido em nome de seu filho, não é uma permissão, mas um aviso de comparecimento em processo de deportação perante um juiz de imigração".

Johnson reconhece que a violência gerada pelas drogas e pelo crime organizado "aterroriza a sociedade" nos países de origem das crianças (Honduras, El Salvador e Guatemala, principalmente), mas enfatiza: "mandar seu filho ou filha para viajar ilegalmente aos Estados Unidos não é a solução".

"Nas mãos dos contrabandistas, muitas crianças experimentam situações traumáticas e sofrem abusos psicológicos na viagem; ou, o que é pior, são agredidas, mal alimentadas, estupradas ou vendidas no mercado do sexo e ficam expostas a todo tipo de abusos psicológicos por parte dos criminosos", adverte.

Johnson assegura que como Secretário de Segurança Nacional pôde ver pessoalmente nesta semana às crianças no centro de processamento do Texas. "Como pai, observei os rostos dessas crianças e vi temor e vulnerabilidade".

"O desejo de querer que seus filhos tenham uma vida melhor nos Estados Unidos é compreensível. Mas expor a criança não acompanhada aos riscos da imigração ilegal para conseguir esse sonho é um risco muito alto e as "permissões" não existem", conclui a carta.

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