Sarkozy pretende virar página da batalha previdenciária
Presidente francês está com a popularidade em frangalhos
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2010 às 14h36.
Paris - Sua avaliação está em frangalhos e a maior parte da França abomina sua reforma previdenciária, mas o presidente Nicolas Sarkozy espera virar a página rapidamente com uma remodelação do gabinete e algumas iniciativas de incremento da imagem, como presidente do G20.
Enfrentando uma dura batalha eleitoral em 2012 para obter um segundo mandato, Sarkozy irá marcar pontos em nível internacional, com os mercados financeiros e em seu partido UMP, de centro-direita, por fazer frente aos sindicatos e pressionar por uma reforma do sistema de pensões generosas.
O projeto de lei para fazer as pessoas trabalharem dois anos adicionais para suas pensões para conter a crescente escassez de financiamento deve ser transformado em lei nesta semana, após aprovação do Senado na sexta-feira, encerrando um símbolo histórico socialista da aposentadoria aos 60 anos.
Sindicatos prometem continuar a luta e apelaram para greves e manifestações nas próximas duas semanas. Uma única faísca, como um incidente de violência policial, ainda pode reacender um conflito nacional.
Para superar pesquisas de opinião desanimadoras e protestos prolongados, o presidente pretende recomeçar com um novo gabinete e uma reforma tributária que visa integrar, e assim cortejar os eleitores de centro-direita e reforçar suas chances contra uma esquerda mais popular.
"A coesão social é uma prioridade. A missão do novo governo deve ser um renascimento social, tentar reconstruir essa perspectiva com os sindicatos", disse à rádio RTL o ex-primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin, um conservador próximo de Sarkozy.
Ele pediu progresso em áreas como a igualdade de remuneração entre homens e mulheres, melhoria das condições de trabalho e ajuda às pessoas em trabalhos árduos. O energético presidente deverá mudar diversos ministros-chaves em novembro, quando ele retornar Cúpula de Seul do G20, incluindo, possivelmente, o primeiro-ministro e os responsáveis pelas áreas do trabalho, dos transportes e dos negócios estrangeiros e orçamento.
Raffarin, inclinado para um possível retorno em um gabinete menor, mais focado, citou o ministro do Meio Ambiente, Jean Louis Borloo, como um potencial primeiro-ministro, com boas relações com os sindicatos. Analistas dizem que um outro ex-primeiro-ministro, Alain Juppé, também pode ter um papel sênior para adicionar peso para o governo.