Santos condena pagamentos da Odebrecht à sua campanha de 2010
O chefe de Estado afirmou que os pagamentos foram feitos "violando as normas éticas e de controle" que ele exigiu na campanha
EFE
Publicado em 14 de março de 2017 às 15h04.
Última atualização em 14 de março de 2017 às 15h08.
Bogotá - O presidente da Colômbia , Juan Manuel Santos, condenou os pagamentos da construtora brasileira Odebrecht à sua campanha eleitoral de 2010, revelados nesta terça-feira por um de seus mais próximos assessores, e disse não ter conhecimento dos fatos.
"Não autorizei e nem tive conhecimento destas gestões, que foram feitas violando as normas éticas e de controle que exigi na campanha", afirmou o chefe de Estado em um vídeo divulgado pela presidência.
Santos se referiu às declarações do empresário Roberto Prieto, que foi membro do comitê de sua campanha eleitoral em 2010 e gerente na de 2014, que em entrevista hoje à "Blu Rádio" reconheceu que "houve uma operação irregular" há sete anos na qual foram recebidos valores da Odebrecht a essa candidatura para pagar cartazes de propaganda.
"Isso é uma realidade e tenho que dizer honestamente, foi uma operação irregular, e os membros da campanha terão que aceitar, e vão aceitar", disse Prieto, que ressaltou que o hoje presidente colombiano "não teve nada a ver" com isso.
Diante da revelações de Prieto, o chefe de Estado lamentou o ocorrido e pediu desculpas aos colombianos "por este fato vergonhoso que nunca devia ter ocorrido e que acabo de ficar sabendo", afirmou.
"Esta violação das normas da campanha não representa e nem pode representar que haja fatos de corrupção em meu governo", expressou Santos.
Santos também reiterou sua solicitação às autoridades competentes para que "investiguem todas as decisões" de sua "administração e punam os responsáveis por qualquer ato de corrupção".
Na entrevista de hoje, Prieto reconheceu que foi irregular tanto aceitar dinheiro em 2010 de uma empresa estrangeira porque isso viola o código eleitoral, assim como receber dinheiro de uma empresa privada e, além disso, não ter mencionado essas contribuições nos livros de contabilidade da campanha.