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Sánchez anuncia ajuda de R$ 23 bi e diz que 'debate político' sobre cheias virá após reconstrução

Pacote inclui extensão dos auxílios a proprietários de casas alugadas e congelamento de hipoteca por mais 12 meses; quase 130 mil pessoas se reuniram na cidade de Valência

Primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez faz um discurso televisionado no Palácio de Moncloa, sobre a situação na região devastada de Valência, no leste da Espanha, após inundações (AFP)

Primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez faz um discurso televisionado no Palácio de Moncloa, sobre a situação na região devastada de Valência, no leste da Espanha, após inundações (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de novembro de 2024 às 12h18.

Última atualização em 11 de novembro de 2024 às 12h25.

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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira, 11, a adoção de um novo pacote de ajuda no valor de quase € 3,8 bilhões (R$ 23 bilhões) para os moradores da região de Valência, afetada pelas "enchentes do século" no fim de outubro. Dois dias antes, grandes protestos tomaram conta das ruas da região, com a cidade de Valência concentrando quase 130 mil pessoas. As manifestações pediram principalmente a saída do presidente regional Carlos Mazón, mas também criticaram políticos no geral, incluindo Sánchez, para quem o "debate político" virá após a reconstrução.

"O governo está onde precisa estar. E o que temos que fazer é reconstruir a partir dessa tragédia e relançar a atividade econômica e social". afirmou o premier espanhol durante coletiva de imprensa. "Depois disso, virá o debate político sobre o que precisamos melhorar diante dessa emergência climática e, sem dúvida, a assunção de responsabilidades políticas".

Aos gritos de "Assassinos!", milhares de pessoas se manifestaram no sábado contra a gestão das inundações. De acordo com a prefeitura, houve confrontos entre pequenos grupos de manifestantes e a polícia. As principais acusações contra os políticos são de não terem alertado de forma clara e contundente os cidadãos para a intensidade das chuvas que se aproximavam, e de terem reagido tardiamente para ajudar a população de quase 80 municípios.

O presidente da região de Valência, principal alvo dos protestos, reconheceu os "erros" da sua gestão. Mazón é acusado pelos moradores de ter subestimado a tempestade que se aproximava e de ter desaparecido por cinco horas cruciais, quando já estava começando a chover e o comitê de emergência convocado antes das chuvas estava esperando por ele.

"Acho que temos que aceitar que erros podem ter sido cometidos, sem dúvida, e temos que fazer isso com toda a humildade", disse a jornalistas também nesta segunda-feira.

Mazón comparecerá na quinta-feira no Parlamento regional da Comunidade Valenciana para explicar a gestão da catástrofe. Ali, afirmou, pretende falar de política, dos danos e dar explicações.

Mais de cem medidas

O novo plano anunciado por Sánchez tem 110 medidas. Entre elas, a extensão do auxílio aos proprietários que tiveram as casas que alugam afetadas, o congelamento das hipotecas por mais de 12 meses, e o adiantamento de 50% do auxílio solicitado enquanto os processos são analisados, informou o jornal El País. Os agricultores também receberão novos auxílios, que devem chegar a € 200 milhões (R$ 1,2 bilhão).

O novo plano se soma ao primeiro pacote de ajudas anunciado pelo Executivo na semana passada no valor de € 10,6 bilhões (R$ 65 bilhões) e foi comparado pelo premier ao que foi implantado pelo país para apoiar a economia durante a pandemia de covid-19.

O primeiro pacote de auxílio incluiu ajuda direta e isenções fiscais para empresas e indivíduos, bem como para os autônomos e famílias que sofreram morte, invalidez ou cujas casas e propriedades foram danificadas. Outras medidas adotadas até o momento incluem isenções fiscais, adiamento de pagamentos de hipotecas, bem como empréstimos do governo central para o enorme trabalho de limpeza que os municípios precisam fazer.

O serviço nacional de meteorologia prevê mais chuvas fortes na região de Valência durante esta semana. Enquanto isso, milhares de soldados, policiais, guardas civis e serviços de emergência ainda estão consertando a infraestrutura destruída pela lama, fornecendo ajuda e procurando dezenas de pessoas ainda desaparecidas após o desastre. Nas áreas devastadas pelas cheias da semana passada no sudeste de Espanha, as vítimas continuavam irritadas com os líderes políticos, por considerarem a ajuda lenta.

Grande parte do país foi duramente atingida por fortes chuvas e granizo no último dia 29, provocando inundações rápidas em muitas áreas. A imprensa espanhola questionou a demora na reação das autoridades e dos serviços de socorro. A agência de proteção civil, acionada durante desastres nacionais, não emitiu um alerta até a noite daquele dia, quando a inundação já havia causado danos.

No último dia 3, os moradores da cidade de Paiporta, uma das mais atingidas pela catástrofe, receberam o rei Felipe VI e a rainha Letizia com vaias e pedradas. Sánchez, que também participaria da visita, fugiu ao primeiro sinal de revolta popular, evitando contato direto com os moradores.

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