Brexit: Reino Unido disse que pretende garantir os direitos dos cidadãos do bloco que moram em seu território (Thinkstock/CharlieAJA/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 24 de agosto de 2017 às 10h50.
Londres - A migração líquida para o Reino Unido diminuiu em 81 mil pessoas e ficou em 246 mil nos 12 meses transcorridos até o final de março, nível mais baixo três em anos, e mais da metade da queda se deveu à saída de cidadãos da União Europeia e ao número menor de chegadas, mostraram dados oficiais nesta quinta-feira.
Desde o referendo de junho de 2016 que decidiu pela desfiliação britânica da UE, o chamado Brexit, a diferença anual entre os que chegam e os que saem do país caiu acentuadamente, depois de atingir um pico de quase 350 mil, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas.
A maior redução vista nos dados mais recentes ocorreu entre aqueles vindos de oito países do leste europeu, incluindo Polônia e Hungria, que se uniram à UE em 2004, o que desencadeou a entrada de muitos moradores dessa região no Reino Unido em busca de empregos mais bem remunerados e uma qualidade de vida melhor.
O influxo tornou impossível para o governo conservador britânico cumprir a promessa eleitoral de diminuir o número para a casa das "dezenas de milhares", despertando uma preocupação com a imigração que motivou muitos britânicos a apoiarem o Brexit.
Dentro da nova cifra de 246 mil, cerca de 127 mil são da UE, uma redução de 51 mil pessoas que representa o nível mais baixo desde os 12 meses encerrados em dezembro de 2013, enquanto a migração cresceu e a imigração diminuiu quando comparadas aos 12 meses anteriores.
O Reino Unido disse que pretende garantir os direitos dos cidadãos do bloco que moram em seu território, e que são particularmente importantes para setores da economia como a construção e as indústrias alimentícia e de hospedagem.
Mas alguns cidadãos da UE estão preferindo ir embora em parte devido à queda da libra esterlina, que reduz o valor de seus salários em casa. Isso representa uma dor de cabeça para os negócios que estão preocupados com a inflação salarial e a incapacidade de preencher vagas com trabalhadores britânicos.