Mundo

Rússia se dispõe a negociar zonas de segurança na Síria com EUA

Condição é que medida seja feita em acordo com o regime de Bashar al-Assad

Síria: após a chegada de Trump à Casa Branca, o chanceler russo disse que há possibilidade para um "diálogo profissional" (Ammar Abdullah/Reuters)

Síria: após a chegada de Trump à Casa Branca, o chanceler russo disse que há possibilidade para um "diálogo profissional" (Ammar Abdullah/Reuters)

E

EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 09h56.

Última atualização em 30 de janeiro de 2017 às 09h56.

Moscou - A Rússia afirmou nesta segunda-feira que está disposta a negociar a criação de zonas de segurança na Síria, uma proposta feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde que a medida realmente habilite acampamentos para os civis e que seja feita em acordo com o regime de Bashar al-Assad.

"Vamos esclarecer com os colegas americanos os detalhes dessa ideia", disse em entrevista coletiva o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que elogiou a proposta de Trump como uma tentativa de "dar alguns passos para aliviar a carga migratória" sofrida pela Europa e os países vizinhos da Síria.

"Seria preciso pensar em criar zonas de residência para os deslocados dentro do território sírio, além de acertar todos os detalhes práticos e a própria criação dessas zonas de segurança com o governo da Síria", explicou Lavrov.

A proposta de Trump, segundo o chanceler russo, é diferente das feitas em períodos anteriores pelos EUA, quando o presidente ainda era Barack Obama.

O republicano, que assumiu o poder em 20 de janeiro, determinou que o Departamento de Estado elabore um plano para criar as zonas de segurança em até 90 dias.

"Eles propunham na época criar no território sírio uma espécie de local para instalar um governo alternativo e usá-lo para derrubar o regime", afirmou Lavrov.

Atualmente, os únicos acordos entre Rússia e EUA sobre a Síria se limitam a evitar incidentes entre aviões e contingentes militares que os dois países mantêm no país.

O chanceler lembrou que Al-Assad considera ilegal a intervenção da coalizão internacional liderada pelos americanos no território sírio, mas disse que o Kremlin aberto a aceitá-la com duas condições.

"Se eles realmente lutarem contra o Estado Islâmico e a Frente al Nursa, e se a coalizão coordenar suas ações com a Rússia. Estamos dispostos a dialogar em qualquer momento sobre a cooperação. Há possibilidades ilimitadas na Síria, desde que haja vontade política e disposição de nossos militares em transformar essa vontade em fatos concretos", destacou.

O chefe da diplomacia russa lembrou que no ano passado os militares dos dois países já firmaram um acordo para compartilhar dados de inteligência para localizar e bombardear alvos jihadistas em território sírio.

"Mas, no último momento, quando todos os acordos já estavam fechados, o governo Obama não teve forças para esquecer seus objetivos preconceituosos sobre a Rússia", disse Lavrov.

Após a chegada de Trump à Casa Branca, o chanceler russo disse que há possibilidade para um "diálogo profissional" entre os militares do país e dos EUA, com o objetivo de "elaborar medidas concretas para acabar com os terroristas na Síria".

Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversaram no sábado pela primeira vez após a posse do republicano e acertaram no coordenar a luta contra os grupos terroristas na Síria.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)RússiaSíria

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame