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Rússia não pretende mandar tropas à Ucrânia

País responde a alertas do Ocidente sobre o aumento do número de tropas na fronteira, após Moscou anexar a Crimeia

Homens armados, tidos como soldados russos, fora do porto civil na cidade de Kerch, na Crimeia (Thomas Peter/Reuters)

Homens armados, tidos como soldados russos, fora do porto civil na cidade de Kerch, na Crimeia (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2014 às 11h53.

Moscou - A Rússia informou neste sábado que "não tem a intenção" de invadir o leste da Ucrânia, respondendo a alertas do Ocidente sobre o aumento do número de tropas na fronteira, após Moscou anexar a Crimeia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, falando à televisão russa, reforçou a mensagem do presidente Vladimir Putin de que a Rússia vai ficar, pelo menos por enquanto, apenas com o controle da Crimeia, apesar de ter destacado milhares de soldados para a fronteira com o Ucrânia.

"Não temos absolutamente nenhuma intenção de, ou interesse em, cruzar a fronteiras da Ucrânia", disse Lavrov.

Mas ele alertou que a Rússia vai proteger o direito dos cidadãos que têm o russo como língua nativa, referindo-se ao que Moscou vê como ameaça às vidas de compatriotas no leste da Ucrânia, depois da queda do presidente Viktor Yanukovich em fevereiro.

O Ocidente impôs sanções à Rússia, incluindo proibição de vistos para algumas pessoas próximas a Putin, depois de Moscou anexar a Crimeia neste mês, após a realização de um referendo na região de maioria russa, algo que o Ocidente classificou como ilegal.

O Ocidente ameaçou impor sanções mais duras contra a economia russa se Moscou enviar mais tropas à Ucrânia. Autoridades dos Estados Unidos afirmaram que até 40 mil soldados estão na fronteira.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Anders Fogh Rasmussen, afirmou em entrevista à revisa alemã Focus que a aliança está "extremamente preocupada".

"Vemos isso como uma ameaça concreta à Ucrânia, e vemos potencial para mais intervenções", disse Rasmussen, que deve deixar o posto em outubro.

"Tememos que não é o suficiente para ele (Putin). Tememos não estarmos lidando com um pensamento racional e sim com emoções, o anseio de reconstruir a antiga esfera de influência da Rússia em sua vizinhança."

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