A Rússia espera que a UE não apoie novas sanções americanas contra o seu governo, assim como fez com o Irã (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 13h53.
Moscou - A Rússia expressou nesta quarta-feira que espera que a União Europeia (UE) não apoie o projeto de lei para aumentar as sanções contra Moscou apresentado no Senado dos Estados Unidos na semana passada por um grupo de legisladores republicanos e democratas.
"Esperamos que a Europa veja a luz. A União Europeia, à qual também apelam os autores da lei, não deve apoiar o endurecimento das sanções contra a Rússia, da mesma forma que se negou a recuperar as restrições ao Irã", disse à imprensa Leonid Slutski, chefe do comitê de Assuntos Internacionais da Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia.
Segundo o deputado, não existe "nem um só motivo" para que Bruxelas se some às novas sanções planejadas pelos EUA contra a Rússia e o governo do presidente Vladimir Putin.
Um grupo bipartidário de senadores americanos apresentou no último dia 2 um projeto de lei para ampliar as sanções contra a Rússia, "em resposta à interferência contínua" do Kremlin nas eleições americanas, seu papel na Síria e à "agressão" à Ucrânia.
"O atual regime de sanções não conseguiu impedir que a Rússia se intrometa nas próximas eleições legislativas de 2018", disse o senador republicano Lindsey Graham, que defendeu a necessidade de impor novas "sanções esmagadoras e outras medidas contra a Rússia de Putin até que pare e desista de se intrometer no processo eleitoral dos EUA".
O projeto de lei prevê punição a "figuras políticas, oligarcas, membros da família (do chefe do Kremlin) e a outras pessoas que facilitam atividades ilícitas e corruptas, direta ou indiretamente, em nome de Vladimir Putin".
Além disso, sanciona transações relacionadas com o investimento em projetos de energia respaldado por entidades estatais ou paraestatais da Rússia, e proíbe e pune as transações relacionadas com a nova dívida soberana da Federação Russa, entre outras restrições.
"Os EUA são o único país no mundo que se permite se intrometer em nível legislativo nos assuntos de outros Estados. É totalmente insensato e destrutivo", insistiu o parlamentar russo, que no entanto pediu que se espere a publicação oficial do documento antes de realizar fazer novas avaliações.