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Rússia emite mandados de busca e prisão contra líderes europeus por 'insulto à história' do país

Esta é a primeira vez que Moscou emite um mandado de prisão contra um governante em exercício desde o início da sua ofensiva militar na Ucrânia, há dois ano

O presidente russo, Vladimir Putin, durante evento em São Petersburgo, em junho de 2023 (Contributor/Getty Images)

O presidente russo, Vladimir Putin, durante evento em São Petersburgo, em junho de 2023 (Contributor/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 13 de fevereiro de 2024 às 15h25.

A Rússia lançou nesta terça-feira (13) mandados de busca e prisão contra líderes dos países bálticos e da Polônia, incluindo a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, a quem acusa de "insultar a história russa".

Esta é a primeira vez que Moscou emite um mandado de prisão contra um governante em exercício desde o início da sua ofensiva militar na Ucrânia, há dois anos. A operação fragilizou as relações do Kremlin com seus vizinhos, muitos deles pertencentes à extinta União Soviética ou ao antigo bloco socialista.

"Essas pessoas são responsáveis por decisões que são de fato um insulto à história, são pessoas que realizam ações hostis contra a memória histórica, contra o nosso país", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Temendo as ambições militares de Moscou, os países bálticos — Estônia, Letônia e Lituânia —, consideram que a União Soviética os ocupou, enquanto Moscou se vê como um libertador e qualifica qualquer outra abordagem de "falsificação da história", um crime na Rússia.

Segundo uma nota publicada nesta terça-feira (13) no site do Ministério do Interior russo, a premiê da Estônia é objeto de um "processo criminal" na Rússia, sem especificar do que é acusada.

O secretário de Estado da Estônia, Taimar Peterkop, e o ministro da Cultura da Lituânia, Simonas Kairys, também aparecem no mandado de busca.

Segundo a agência de notícias russa TASS, também estão na lista o diretor do Instituto Nacional de Memória da Polônia, Karol Nawrocki, o prefeito da cidade polonesa de Wałbrzych, Roman Szełemej, e o vice-ministro polonês das Relações Exteriores, Karol Rabenda.

- 'Táticas de intimidação' -

"O regime faz o que sempre fez: tenta sufocar a liberdade (...) e continua criando a sua própria versão que contradiz os fatos e a lógica", reagiu o ministro lituano Kairys em comunicado.

Kallas denunciou, por sua vez, uma "tática habitual de intimidação" por parte da Rússia.

Estônia, Letônia e Lituânia, agora membros da União Europeia e da Otan, são o lar de minorias russas, consideradas oprimidas por Moscou.

As relações foram agravadas pelo conflito na Ucrânia. Os países bálticos e a Polônia, que apoiam ativamente Kiev na sua luta contra o Exército russo, tal como outros vizinhos ocidentais da Rússia, estão reforçando suas capacidades militares por medo de ataques.

Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, descartou a ideia de invadir a Polônia ou a Letônia, dois países nos quais Moscou, segundo ele, "não tem nenhum interesse".

Nas últimas semanas, surgiram outros sinais de tensão.

Em 6 de fevereiro, a Rússia convocou autoridades da Estônia, Letônia e Lituânia, acusando-os de "sabotar" as eleições presidenciais russas em março, ao recusarem garantir a segurança das assembleias de voto nas embaixadas russas em seus territórios.

Em janeiro, Riga e Talín rescindiram seus acordos de assistência jurídica com Moscou, citando a ofensiva na Ucrânia como motivação.

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