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Rússia e UE apoiam concessões da Ucrânia a rebeldes

Rússia e União Europeia apoiaram concessões do governo aos rebeldes pró-Rússia do leste ucraniano, no dia em que civis morreram em novos tiroteios na região

O presidente russo, Vladimir Putin: no leste da Ucrânia, os combates prosseguiam hoje (Mikhail Klimentyev/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin: no leste da Ucrânia, os combates prosseguiam hoje (Mikhail Klimentyev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 14h47.

Kiev - A Rússia e a União Europeia (UE) apoiaram nesta quarta-feira as concessões do governo da Ucrânia aos rebeldes pró-Rússia do leste, no dia em que dois civis morreram em novos tiroteios na região.

O Parlamento ucraniano votou na terça-feira um status especial para as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, assim como a realização de eleições no dia 7 de dezembro e uma lei de anistia com condições para os combatentes.

"A anistia e o status especial são passos importantes para encontrar uma solução política duradoura", indicou Maja Kojicancic, porta-voz do serviço diplomático da União Europeia.

Já a "Rússia considera este documento um passo em uma boa direção [...] que assenta as bases para iniciar um diálogo que contribua para a reconciliação nacional na Ucrânia", afirmou o ministério das Relações Exteriores russo.

"Trata-se de uma tentativa de transformar um conflito militar em um processo político", explicou o professor de ciência política da universidade estatal ucraniana de Kyiv Mogyla, Oleksiy Garan.

Estes textos foram adotados no mesmo dia em que os Parlamentos ucraniano e europeu ratificaram um acordo de associação entre Kiev e a UE, o que afasta ainda mais a Ucrânia da esfera de Moscou.

As novas leis são consideradas um gesto de abertura do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que na quinta-feira se reunirá em Washington com o presidente americano, Barack Obama.

Além disso, fazem parte das condições do acordo de cessar-fogo assinado no dia 5 de setembro para colocar fim a um conflito que, em cinco meses, deixou quase 2.900 mortos e mais de meio milhão de deslocados.

Rebeldes rejeitam as eleições

No entanto, o primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexandre Zajarshenko, disse nesta quarta-feira que os separatistas pró-russos rejeitam que as autoridades ucranianas organizem eleições antecipadas na região do Donbass.

"Temos nosso próprio conselho supremo e decidiremos quais eleições organizar e em que data", afirmou, segundo a agência russa Interfax.

Por sua vez, o líder separatista de Lugansk Alexei Karyakin declarou à agência Itar-Tass que as medidas de Kiev eram "um passo na direção certa".

Kiev prevê estabelecer um governo autônomo provisório de três anos a partir da adoção do texto e a realização de eleições em nível "de distritos, conselhos municipais e conselhos locais" nas regiões de Donetsk e Lugansk.

O Estado também garante a utilização do russo no setor público.

Em Kiev, que se encontra em pleno período pré-eleitoral para as legislativas de 26 de outubro, a ex-primeira-ministra Yulia Timochenko advertiu que o leste da Ucrânia cairá "sob o controle total do Exército russo e dos terroristas financiados, apoiados e enviados à Ucrânia por ordem de Vladimir Putin", o presidente russo.

Já Oleg Tyagnybok, líder do partido nacionalista Svoboda, classificou esta oferta de maior autonomia de "capitulação (de Kiev) na guerra russo-ucraniana".

No leste da Ucrânia, os combates prosseguiam nesta quarta-feira nos arredores do aeroporto de Donetsk, onde dois civis morreram baleados.

"Duas pessoas civis morreram e três ficaram feridas", indicou a prefeitura do reduto separatista de Donetsk.

O aeroporto da cidade, sob o controle do exército ucraniano, é palco há dias de trocas de tiros de artilharia, apesar do cessar-fogo assinado entre Kiev e os insurgentes pró-russos no dia 5 de setembro em Minsk.

Segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais do exército e das autoridades locais, as duas novas vítimas elevam a 30 o balanço de mortos - 14 civis e 16 militares - desde a entrada em vigor do acordo.

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