Rússia e Japão retomam negociações sobre tratado de paz
Os países retomaram as negociações sobre o tratado de paz pendente desde o fim da Segunda Guerra
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 16h45.
Moscou - Rússia e Japão retomaram nesta segunda-feira as negociações sobre o tratado de paz pendente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas adiaram qualquer discussão sobre a soberania das disputadas ilhas Curilas.
"Minha visita à Rússia significa, de fato, o reatamento das negociações sobre o tratado de paz", disse Fumio Kishida, ministro das Relações Exteriores japonês, em entrevista coletiva depois de se reunir com o colega russo, Sergei Lavrov.
O representante russo afirmou que no dia 8 de outubro, em Moscou, será realizada a próxima rodada de conversas em nível de vice-ministros das Relações Exteriores.
"O trabalho se mostra complicado. Hoje há grandes diferenças nas posturas de ambas as partes, mas reafirmamos nossa vontade, em linha com a ordem do presidente russo e do primeiro-ministro japonês, de buscar um consenso", manifestou.
Os dois países retomaram em abril de 2013 as negociações para a assinatura de um tratado de paz, que deve substituir o armistício assinado após o fim da Segunda Guerra Mundial, mas as conversas foram suspensas quando o Japão apoiou as sanções ocidentais contra a Rússia pelo conflito armado na Ucrânia.
O líder soviético Josef Stalin não reconheceu o fim das hostilidades quando Tóquio anunciou a capitulação incondicional em 15 de agosto de 1945, e o exército soviético continuou a combater até fevereiro de 1946.
Posteriormente, quando Estados Unidos e Japão selaram o Tratado de Paz em 1951, Moscou se negou a participar da cerimônia ao alegar que Washington tinha estabelecido unilateralmente bases militares em território japonês.
Moscou sempre defendeu selar o tratado antes de abordar a disputa territorial pelas quatro ilhas Curilas, sob controle soviético e depois russo desde 2 de fevereiro de 1946.
Enquanto isso, o Japão considera que as Curilas do sul (Territórios do Norte, para Tóquio) "são parte ancestral e inalienável de seu território" e vincula a solução deste problema à assinatura do tratado de paz.
Lavrov afirmou que o assunto das Curilas não foi abordado nas conversas desta segunda-feira, com a justificativa de que o tema não estava na agenda.
Kishida defendeu a continuidade do diálogo sobre as Curilas para encontrar uma "solução mutuamente aceitável" ao caso e criticou "as ações unilaterais" russas na região, em clara alusão à recente visita às ilhas pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, o que motivou um forte protesto de Tóquio.
Contudo, ambos os ministros se disseram satisfeitos com o resultado das conversas e inclusive abordaram uma possível visita do presidente russo, Vladimir Putin, ao Japão.
Putin, que nunca visitou as Curilas, considerou "inquestionável" a soberania russa sobre essas ilhas, mas também se mostrou "disposto" a chegar a "uma solução negociada que satisfaça aos povos e governos de ambos os países".
De acordo com a imprensa local, Putin teria chegado a oferecer ao Japão duas das quatro ilhas Curilas do Sul, as menores (Habomai e Shikotan), contanto que os japoneses renunciassem à briga pelo restante do arquipélago.
Moscou - Rússia e Japão retomaram nesta segunda-feira as negociações sobre o tratado de paz pendente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas adiaram qualquer discussão sobre a soberania das disputadas ilhas Curilas.
"Minha visita à Rússia significa, de fato, o reatamento das negociações sobre o tratado de paz", disse Fumio Kishida, ministro das Relações Exteriores japonês, em entrevista coletiva depois de se reunir com o colega russo, Sergei Lavrov.
O representante russo afirmou que no dia 8 de outubro, em Moscou, será realizada a próxima rodada de conversas em nível de vice-ministros das Relações Exteriores.
"O trabalho se mostra complicado. Hoje há grandes diferenças nas posturas de ambas as partes, mas reafirmamos nossa vontade, em linha com a ordem do presidente russo e do primeiro-ministro japonês, de buscar um consenso", manifestou.
Os dois países retomaram em abril de 2013 as negociações para a assinatura de um tratado de paz, que deve substituir o armistício assinado após o fim da Segunda Guerra Mundial, mas as conversas foram suspensas quando o Japão apoiou as sanções ocidentais contra a Rússia pelo conflito armado na Ucrânia.
O líder soviético Josef Stalin não reconheceu o fim das hostilidades quando Tóquio anunciou a capitulação incondicional em 15 de agosto de 1945, e o exército soviético continuou a combater até fevereiro de 1946.
Posteriormente, quando Estados Unidos e Japão selaram o Tratado de Paz em 1951, Moscou se negou a participar da cerimônia ao alegar que Washington tinha estabelecido unilateralmente bases militares em território japonês.
Moscou sempre defendeu selar o tratado antes de abordar a disputa territorial pelas quatro ilhas Curilas, sob controle soviético e depois russo desde 2 de fevereiro de 1946.
Enquanto isso, o Japão considera que as Curilas do sul (Territórios do Norte, para Tóquio) "são parte ancestral e inalienável de seu território" e vincula a solução deste problema à assinatura do tratado de paz.
Lavrov afirmou que o assunto das Curilas não foi abordado nas conversas desta segunda-feira, com a justificativa de que o tema não estava na agenda.
Kishida defendeu a continuidade do diálogo sobre as Curilas para encontrar uma "solução mutuamente aceitável" ao caso e criticou "as ações unilaterais" russas na região, em clara alusão à recente visita às ilhas pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, o que motivou um forte protesto de Tóquio.
Contudo, ambos os ministros se disseram satisfeitos com o resultado das conversas e inclusive abordaram uma possível visita do presidente russo, Vladimir Putin, ao Japão.
Putin, que nunca visitou as Curilas, considerou "inquestionável" a soberania russa sobre essas ilhas, mas também se mostrou "disposto" a chegar a "uma solução negociada que satisfaça aos povos e governos de ambos os países".
De acordo com a imprensa local, Putin teria chegado a oferecer ao Japão duas das quatro ilhas Curilas do Sul, as menores (Habomai e Shikotan), contanto que os japoneses renunciassem à briga pelo restante do arquipélago.