Al Raqqah: "Al Raqqah é um dos objetivos da operação antiterrorista, da mesma forma que Mossul no Iraque" (Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2016 às 11h48.
Moscou - Rússia e Estados Unidos acordaram passar da troca de informação à coordenação de suas ações na luta antiterrorista na Síria, garantiu nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
"Acordamos com nossos colegas americanos, superando suas reservas e inclusive oposição, a passar da troca de informação à coordenação das ações na luta contra o terrorismo. O plano concreto está sendo estudado agora por nosso ministério de Defesa", disse Lavrov à imprensa russa em Tashkent.
Moscou, acrescentou o titular da diplomacia russa, está disposta a coordenar com Washington uma operação militar conjunta para libertar a cidade síria de Al raqqah, quartel-general do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no país árabe.
O anúncio foi feito depois que um porta-voz do Partido União Democrática curdo-sírio anunciou aos meios de comunicação russos que essa operação já está estipulada e começará em pouco tempo.
"Al Raqqah é um dos objetivos da operação antiterrorista, da mesma forma que Mossul no Iraque. Temos certeza que podem ser libertadas de forma mais rápida e efetiva se nossos militares (da Rússia e EUA) coordenarem com maior adiantamento suas ações. Agora há uma possibilidade de que ocorra essa coordenação", apontou Lavrov.
A aviação dos dois países e seus aliados, recalcou, "deve trabalhar de forma sincronizada e coordenada para ajudar a fazer frente aos terrorista".
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, propôs aos Estados Unidos bombardear conjuntamente as posições dos jihadistas na Síria a partir de amanhã, 25 de maio.
Ao mesmo tempo, advertiu que Moscou se reserva ao direito de lançar uma ofensiva "unilateral" contra os grupos terroristas que não acatem a trégua em vigor no país árabe desde finais de fevereiro passado.
A Rússia está há várias semanas insistindo que os grupos rebeldes concentrados em torno de Aleppo abandonem essas posições para permitir que o Exército sírio pode atacar os jihadistas na segunda cidade síria.
Washington, no entanto, respondeu em seguida com uma recusa taxativa a qualquer colaboração militar com a Rússia na Síria, após argumentar que Moscou presta apoio ao regime do presidente sírio Bashar al Assad.