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Rússia e China fazem acordos energéticos e econômicos

Presidentes assinaram vários acordos para uma maior colaboração energética e comercial


	Presidente russo Vladimir Putin e o presidente chinês Xi Jinping: Países vivem um bom momento em suas relações
 (Reuters/How Hwee Yong/Pool)

Presidente russo Vladimir Putin e o presidente chinês Xi Jinping: Países vivem um bom momento em suas relações (Reuters/How Hwee Yong/Pool)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2014 às 14h17.

Pequim - Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, realizaram neste domingo um encontro em Pequim, paralelo ao Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), e assinaram vários acordos para uma maior colaboração energética e comercial, o que comprova o bom momento nas relações entre os dois países.

Xi e Putin presidiram a assinatura de 17 acordos, cujos detalhes não foram revelados. No entanto, foi anunciado um memorando de entendimento para se negociar exportações de gás russo através de um gasoduto pela chamada 'rota ocidental', que complementaria o histórico acordo alcançado por ambos os países em 21 de maio.

Este acordo, também relativo à exportação de gás mas através de um gasoduto pela 'rota oriental', foi obtido por Putin durante uma viagem oficial à China e um dos momentos de maior isolamento internacional de Moscou devido à crise ucraniana, que estava em seu auge na ocasião.

Segundo o acordo de maio, a companhia russa Gazprom se comprometeu a vender para a China 38 bilhões de metros cúbicos anuais de gás natural nos próximos 30 anos, no valor de US$ 400 bilhões.

A 'rota oriental' começou a ser construída em agosto no leste da Sibéria. O caminho levará o gás russo até as principais refinarias chinesas do nordeste do país, embora Pequim também tenha interesse em um gasoduto mais ocidental, para atender outras regiões do país.

China e Rússia ressaltaram hoje, como fizeram após o acordo de maio, que a situação internacional não abalará a tradicional amizade de Pequim e Moscou. Os dois governos indicaram que 'não importa as mudanças na situação internacional', os países manterão 'a linha marcada' e expandirão uma 'cooperação mutuamente vantajosa'.

Xi e Putin também analisaram hoje possíveis acordos futuros para que o iuane, a moeda chinesa, seja utilizado nas transações entre ambos os países, como parte do crescente processo de internacionalização da divisa para que alcance o status do dólar e do euro.

A meta é que China e Rússia cheguem a uma troca bilateral de US$ 100 bilhões anuais, um objetivo que segundo Putin será obtido em 2015, como o dirigente indicou em outubro passado em um encontro em Moscou com o primeiro-ministro chinês Li Keqiang.

Antes da reunião de Putin e Xi, seus respectivos ministros de Relações Exteriores, Serguei Lavrov e Wang Yi, também mantiveram um encontro, no qual debateram assuntos internacionais, entre eles as crises nucleares no Irã e na Coreia do Norte, segundo a agência oficial chinesa 'Xinhua'.

Wang afirmou que a participação de Putin no fórum anual Apec, do qual a Rússia foi anfitriã em 2012, 'dará ímpeto à relação bilateral'.

Já Lavrov afirmou que a Rússia deseja 'promover sua cooperação com a China em assuntos internacionais e regionais, além de fortalecer a colaboração em plataformas como as Nações Unidas, a Organização de Cooperação de Xangai e o Apec'.

China e Rússia, que formam junto ao Brasil, Índia e África do Sul o bloco de países emergentes Brics, mostraram nos últimos anos enorme sintonia nas mais espinhosas questões internacionais.

Pequim se mostrou neutro diante da questão da Crimeia, e antes disso os governos chinês e russo exerceram várias vezes o direito ao veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas na hora de se aprovar sanções contra o regime sírio de Bashar al Assad.

Putin, Xi e outros líderes do Ásia-Pacífico, como o presidente dos EUA, Barack Obama, participam entre amanhã e terça-feira da cúpula Apec, que os anfitriões chineses desejam centrar neste ano na discussão para a criação de uma zona de livre-comércio regional. EFE

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