Rússia critica EUA e seus aliados por tentar derrubar Maduro
Ao falar sobre as novas sanções americanas, o porta-voz russo afirmou que os EUA "têm experiência em cometer ilegalidades com o dinheiro alheio"
EFE
Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 11h16.
Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, denunciou nesta terça-feira que os Estados Unidos e seus aliados mais próximos buscam abertamente a derrubada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como demonstram as últimas "sanções ilegais" contra a companhia petrolífera do país latino-americano.
"Nos causa alarde que os Estados Unidos e seus aliados mais próximos em relação à Venezuela, em violação de todas as normas internacionais, de fato busquem abertamente a derrubada do governo legítimo do país latino-americano", disse o ministro russo em entrevista coletiva.
Lavrov acrescentou que essa circunstância "não elimina a necessidade de defender o direito internacional com todos os meios existentes" e ressaltou que a Rússia, ao lado de outros membros responsáveis da comunidade internacional, "fará tudo para apoiar o governo legítimo do presidente Maduro".
"Temos informação que os dirigentes do movimento opositor (venezuelano) que proclamou dualidade de poder recebem instruções de Washington para que não façam nenhum tipo de concessão enquanto o regime não cair", disse o ministro russo.
Lavrov destacou que as últimas sanções impostas pelos Estados Unidos e outros países contra Caracas não só agravam a crise venezuelana, mas "incentivam a oposição a cometer ações ilegais".
"Hoje recebemos notícias de novas sanções, do congelamento das contas do Banco Central e do governo da Venezuela. Infelizmente, os Estados Unidos têm experiência em cometer ilegalidades com o dinheiro alheio", disse Lavrov.
O ministro russo lembrou que Washington já congelou ativos de Iraque, Líbia, Irã, Cuba, Nicarágua e Panamá, ações que "na maioria dos casos supôs o confisco de recursos de um governo alheio".
Lavrov também se referiu à anotação "5 mil soldados para a Colômbia" que o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, tinha em seu caderno durante a entrevista coletiva na qual foram anunciadas sanções contra a companhia estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), e que foi captada pelas câmeras.
"Nessas anotações figurava a frase '5 mil soldados para a Colômbia'. Isto também dá uma certa ideia, sobretudo quando nos Estados Unidos e em outros países se ouvem chamados para utilizar países vizinhos da Venezuela para uma intervenção direta com o pretexto de uma grave crise humanitária", concluiu o ministro russo.