Fronteira com a Síria: "ao fechar a fronteira, solucionaríamos em grande medida a tarefa de acabar com o terrorismo na Síria" (Reuters / Stringer)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 13h36.
Moscou - O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira que a Rússia apoia o fechamento da fronteira entre Síria e Turquia, medida proposta pelo presidente francês, François Hollande.
"Estamos convencidos que, ao fechar a fronteira, solucionaríamos em grande medida a tarefa de acabar com o terrorismo no território da Síria", disse Lavrov em entrevista coletiva conjunta com o ministro de Relações Exteriores sírio, Walid Muallem.
Lavrov lembrou que Hollande "propôs adotar medidas concretas para fechar a fronteira entre Turquia e Síria" durante sua recente reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
"A Rússia apoia ativamente esta iniciativa e está aberta a pactuar passos práticos, isso se, estiver subentendido que em coordenação com as autoridades sírias", disse.
O chefe da diplomacia russa voltou a acusar a Turquia de se beneficiar do tráfico de petróleo através da Síria, principal fonte de financiamento do Estado Islâmico.
E ressaltou que não é casual que os turcos começassem a "ficar nervosos" justo quando a aviação russa começou a centrar seus ataques nas refinarias e nas quilométricas caravanas com caminhões-pipa com destino à Turquia.
"Cada vez temos mais dúvidas sobre as autênticas intenções da Turquia e de seu grau de interesse em acabar com o terrorismo, em particular na Síria", afirmou Lavrov depois de se reunir com o diplomata sírio em Moscou.
Lavrov ressaltou que "o foco terrorista só pode ser arrancado pela raiz se não cair em dois pesos e duas medidas" na hora de combater a ameaça jihadista.
"Os países que são vizinhos da Síria têm uma especial responsabilidade na hora de renunciar aos dois pesos e às duas medidas e se somar a uma frente unida contra o terrorismo", alfinetou.
O presidente russo, Vladimir Putin, e Hollande concordaram ontem à noite durante uma reunião no Kremlin em coordenar as ações militares de ambos países contra o Estado Islâmico, com especial atenção às infraestruturas petrolíferas sob seu controle.