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RSF contabiliza mais sequestros de jornalistas em 2013

Em seu balanço anual, a organização defensora da liberdade de imprensa contabilizou o assassinato de 71 jornalistas


	Jornalistas: em 2013, o número de sequestros aumentou 129% até chegar a 87, em relação aos 38 de 2012
 (Said Khatib/AFP)

Jornalistas: em 2013, o número de sequestros aumentou 129% até chegar a 87, em relação aos 38 de 2012 (Said Khatib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 10h59.

Paris -  A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta quarta-feira que o número de jornalistas assassinados em 2013 diminuiu, mas houve um aumento de profissionais sequestrados nesse período, sendo a Síria o principal cenário desse aumento.

Em seu balanço anual, a organização defensora da liberdade de imprensa contabilizou o assassinato de 71 jornalistas, o que representa uma queda em relação aos 88 do ano anterior, número classificado pela RSF de "hecatombe" para a profissão.

Apesar da diminuição, a organização considerou "muito alto" o número de mortos e o comparou com os 67 de 2011 e os 58 do ano anterior.

Além disso, a RSF ressaltou que a queda dos assassinados coincide com um aumento dos sequestros e das agressões, ligadas a situações muito específicas, como os protestos no Brasil, no Egito e na Turquia, além dos mais recentes, na Ucrânia.

Entre os principais cenários onde os jornalistas foram mortos, Brasil e México saíram da lista dos cinco piores, sendo substituídos por Índia e Filipinas, somadas a Síria, Somália e Paquistão.

Apesar disso, a organização lembrou que cinco jornalistas foram assassinados no Brasil, mesmo número que no ano anterior, enquanto no México foram dois, em comparação aos seis de 2012.

Na Índia, oito profissionais da imprensa morreram em uma "onda de violência sem precedentes" contra a categoria liderada por "grupos mafiosos, manifestantes, partidos políticos e forças da ordem locais".

O mesmo número de jornalistas foi morto nas Filipinas, onde a RSF culpou os "políticos corruptos" como principais responsáveis pelos crimes e foram reprimidos "com uma impunidade quase total".


A Somália e o Paquistão, com sete crimes contra jornalistas e, principalmente a Síria, com dez assassinatos, voltaram a ser os lugares mais perigosos para os profissionais da área.

O regime de Bashar al Assad, de um lado, e a presença de grupos próximos à Al Qaeda, do outro, transformam o país em um inferno para a imprensa. Além disso, é o país em que mais jornalistas são presos e sequestrados.

Em 2013, o número de sequestros aumentou 129% até chegar a 87, em relação aos 38 de 2012. Deles, 49 foram sequestrados na Síria, onde 18 repórteres internacionais e 22 locais são reféns.

A organização destacou o agravamento da situação para os jornalistas na zona rebelde.

Além dos sequestrados, 178 jornalistas estão presos no mundo, em países como China, Eritreia, Turquia, Irã e, de novo, Síria.

Pequim mantém 30 jornalistas atrás das grades, sem contar os que estão nas chamadas "prisões negras", cujo número é desconhecido, mas que contribuem para a política de "controle da informação" do regime destinada a promover a autocensura.

Dois presos a menos que na Eritreia, onde a RSF relata "condições carcerárias desumanas", enquanto na Turquia há 27 jornalistas privados de liberdade, apesar das "tímidas reformas legislativas" e da "abertura histórica de negociações com a rebelião curda".

Apesar das promessas reformistas do presidente iraniano recém-eleito, Hasan Rohani, o país mantém 20 jornalistas presos.

Damasco, por sua vez, reduziu o ritmo de detenções de jornalistas, mas 20 continuam em prisões. Também houve aumento dos sequestros na regiões controlada pelos rebeldes.

A RSF reiterou seu pedido de que sejam considerados crimes de guerra os ataques deliberados contra jornalistas, para evitar que esse tipo de ataques aconteça com impunidade, principal inimigo da liberdade de imprensa, já que leva à autocensura.

Junto aos jornalistas assassinados enquanto trabalhavam, a organização afirmou que o assédio aos colaboradores de comunicação permaneceram.

O relatório contabilizou o assassinato de 39 dissidentes que praticavam jornalismo através da rede e de 127 cidadãos por terem divulgado informações pela internet. 

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