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Rio Cabul é tingido de vermelho em protesto contra mortes no país

Ato foi realizado pela associação Afeganistão 1400, que procura mobilizar a sociedade afegã

Rio Cabul: foram utilizados 200 quilos de tinta vermelha para realizar a iniciativa (Twitter/Reprodução)
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EFE

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 14h59.

Cabul - Um grupo de ativistas afegãos tingiu nesta sexta-feira de vermelho uma parte do rio Cabul, em protesto pelo aumento de vítimas civis no conflito do país, uma semana depois que a ONU cifrou em 11,4 mil os mortos e feridos em 2016.

A associação Afeganistão 1400, uma plataforma civil que procura mobilizar a sociedade afegã, utilizou 200 quilos de tinta vermelha para realizar esta iniciativa no rio que passa pela capital, ação na qual participaram mais de cem voluntários.

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"As 11.418 vítimas não deveriam ser só um número a mais. A magnitude da tragédia já é mais que alarmante", disse à Agência Efe um dos organizadores do protesto e líder do Afeganistão 1400, Jawid Shekib.

Esta ação pretendia ser uma metáfora dos "rios de sangue que correm pelo Afeganistão", afirmou o ativista, que pediu que a população se mobilize para acabar com a guerra.

"Inclusive muito antes de o mundo ser avisado sobre a grave ameaça terrorista, os afegãos foram vítimas dela", lamentou Shekib, que lembrou que este país é alvo dos extremistas "há décadas".

A próxima iniciativa do Afeganistão 1400 será neste ano e consistirá em plantar 3.498 árvores, uma por cada uma das vítimas mortais do conflito armado em 2016.

O ano passado foi o mais sangrento para a população civil no Afeganistão, com 11.418 vítimas (3.498 mortos e 7.920 feridos), o que representa 3% a mais que em 2015, segundo a Missão das Nações Unidas para o Afeganistão (Unama).

A Unama também detectou um significativo aumento de 24% de crianças afetadas pelo conflito, com 923 mortos em 2016.

Segundo a organização, o número de vítimas civis registrado em 2016 é o mais alto desde que começou a ser contabilizado em 2009.

"O recorde de vítimas civis não deveria voltar a bater recorde em 2017 e nem no futuro", declarou à Agência Efe outro membro do Afeganistão 1400, Shaharzad Akbar.

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