Mundo

Reino Unido homenageia vítimas de atentado na London Bridge

Atentado de sexta-feira em uma das principais pontes da capital britânica foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico

London Bridge: Londres e Cambridge prestaram homenagem nesta segunda-feira (Henry Nicholls/Reuters)

London Bridge: Londres e Cambridge prestaram homenagem nesta segunda-feira (Henry Nicholls/Reuters)

A

AFP

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 12h11.

Londres e Cambridge prestaram uma homenagem emotiva nesta segunda-feira às vítimas do atentado de sexta-feira em uma das principais pontes da capital britânica, que levou o governo a revisar a libertação antecipada de dezenas de condenados por terrorismo.

"O melhor modo de vencer este ódio não é nos voltando uns contra os outros, e sim concentrando-se nos valores que nos unem", afirmou o trabalhista Sadiq Khan, primeiro prefeito muçulmano de Londres, durante uma cerimônia perto do local do ataque.

Ele recordou que as duas vítimas fatais do atentado, Jack Merritt, 25 abos, e Saskia Jones, 23, foram esfaqueadas ao lado de outras três pessoas por um condenado em liberdade condicional, Usman Khan, quando participavam em um evento sobre a reinserção de presos.

Três dias depois do atentado que comoveu o país em plena campanha eleitoral, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, o prefeito, o primeiro-ministro Boris Johnson, o líder da oposição Jeremy Corbyn e membros dos serviços de emergência observaram um minuto de silêncio.

Khan pediu que as pessoas "tenham esperança no heroísmo dos londrinos comuns e de nossos serviços de emergência, que correram em direção ao perigo, arriscando suas vidas para ajudar pessoas que nem conheciam".

Vestido com um falso colete de explosivos e armado com uma grande faca, Usaman Khan foi imobilizado por um grupo de pedestres em uma calçada da Ponte de Londres, antes de ser morto pela polícia.

Condenado em 2012 a 16 anos de prisão por ter planejado, ao lado de outros jihadistas, um atentado no centro da capital britânica inspirado pela Al-Qaeda, o homem, de 28 anos, recebeu no ano passado a libertação antecipada.

E na sexta-feira participava em um programa organizado em Londres pelo instituto de criminologia da Universidade de Cambridge, que coloca estudantes em contato com presos para ajudar na reabilitação.

Usman Khan esfaqueou cinco pessoas antes de fugir pelas ruas, o que deu início a uma busca da polícia.

Uma homenagem também foi organizada em Cambridge, com um minuto de silêncio. A namorada de Merritt, Leanne O'Brien, não conseguiu conter as lágrimas.

"Também temos que nos inspirar em Jack e Saskia, que desde muito jovens decidiram se dedicar a ajudar os outros", afirmou o prefeito de Londres.

"Generosa a ponto de sempre tentar ver o melhor de cada um", Jones havia apresentado recentemente sua inscrição para entrar na polícia, informou sua família. "Queria se especializar no apoio às vítimas", afirmaram.

Merritt "acreditava na redenção e na recuperação, não na vingança, e sempre defendia os mais fracos", declararam parentes.

"Sabemos que Jack não gostaria que este incidente terrível e isolado fosse usado como pretexto pelo governo para introduzir sentenças ainda mais draconianas aos prisioneiros ou para manter as pessoas na prisão por mais tempo do que o necessário", disseram.

O primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, em plena campanha para as eleições legislativas de 12 de dezembro prometeu o cumprimento de penas mais longas e o fim das libertações condicionais para os condenados por atos terroristas.

Acompanhe tudo sobre:LondresMortesReino Unido

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal