Reino Unido faz reunião de emergência sobre ex-espião russo
A polícia está procurando pistas para o misterioso envenenamento do ex-oficial de inteligência russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de março de 2018 às 14h19.
Londres - Os ministros de segurança do governo britânico realizam uma reunião de emergência neste sábado para discutir a investigação sobre o envenenamento, na Inglaterra, de um ex-militar russo que atuou como agente duplo, realizando espionagem para o Reino Unido.
A reunião é comandada pelo secretário do Interior, Amber Rudd, e abrangerá os últimos relatórios policiais e de inteligência provenientes de Salisbury, onde uma investigação apoiada por militares está em andamento.
A polícia está procurando pistas para o misterioso envenenamento do ex-oficial de inteligência russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia. Eles foram encontrados inconscientes em um banco perto do rio Avon, em Salisbury, no domingo passado, e permanecem em condições críticas em um hospital local. Segundo autoridades, eles foram envenenados por uma substância suspeita e desconhecida.
Nascido em 23 de junho de 1951, Skripal trabalhou até 1999 no serviço de inteligência do Exército russo e chegou a coronel. De 1999 a 2003, trabalhou no Ministério das Relações Exteriores.
Em 2004, foi detido e acusado de "alta traição" por ter repassado informações sobre as identidades de agentes secretos russos que trabalhavam na Europa para o serviço de inteligência britânico, o MI-6, em troca de US$ 100 mil.
Condenado a 13 anos de prisão, ele ficou preso até 2010. Depois de receber perdão do então presidente Dmitri Medvedev, foi incluído na maior troca de espiões desde o fim da Guerra Fria.
No início da semana, o chanceler britânico, Boris Johnson, ameaçou um boicote diplomático à Copa do Mundo da Rússia, caso fique comprovado o envolvimento do Kremlin no episódio.
"Se for confirmada a participação russa, a resposta será apropriada e enérgica", disse Johnson. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou, na ocasião, "não ter nenhuma informação" sobre o caso. Ele também afirmou que se tratava de uma "tragédia" e sugeriu que a Rússia poderia "colaborar com as investigações".
Fonte: Associated Press