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God Save the King? Rei Charles é vaiado em País de Gales por opositores da monarquia

Protestos contra realeza britânica foram os primeiros desde a morte da Rainha Elizabeth II

Rei Charles III em chegada à Vigília da rainha, em Londres (Dominic Lipinski - WPA Pool//Getty Images)

Rei Charles III em chegada à Vigília da rainha, em Londres (Dominic Lipinski - WPA Pool//Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de setembro de 2022 às 08h25.

Última atualização em 18 de setembro de 2022 às 15h23.

O rei Charles III foi vaiado por manifestantes antimonarquia durante viagem ao País de Gales ontem, na última parte de seu primeiro giro pelo Reino Unido após assumir o trono britânico. Os protestos contrários à continuidade da família real foram a primeira - ou pelo menos a mais visível - manifestação contra o rei desde a morte da rainha Elizabeth II, dia 8.

Protestos contra a monarquia eram esperados durante a visita de Charles III, e o primeiro-ministro galês, Mark Drakeford, já havia anunciado que manifestações políticas de oposição estariam autorizadas. Alguns ativistas também ergueram faixas e cartazes pedindo a abolição da monarquia e com dizeres como "Cidadão, não súdito" e "Democracia agora".

Críticas

As críticas dos galeses são mais simbólicas pelo fato de Charles III ter ostentado por anos o título de príncipe de Gales, um país em que viveu parte de sua juventude. O antigo título de Charles, agora passado para seu filho mais velho, William, é um fator contestado por parte da população local. "Muitas pessoas não aceitam o título de príncipe de Gales, porque acreditam que deveria pertencer a um galês", disse Maria Sarnacki, prefeita de Caernarfon.

O título foi utilizado originalmente por príncipes nativos, mas o último, Llywelyn ap Gruffudd, foi executado, em 1282, durante a conquista de Gales pelo rei Edward I da Inglaterra. Quase 750 anos depois, a região tem autonomia política e registra um distanciamento da coroa britânica - que Charles III, menos popular que sua mãe, terá de se esforçar para superar.

Apesar das manifestações contrárias, Charles e Camilla foram saudados pela maior parte das pessoas que lotaram as ruas de Cardiff. Assim como aconteceu em vários momentos desde o início de suas viagens pela Escócia, Inglaterra e Irlanda do Norte, após se tornar rei, gritos de "Deus salve o rei" foram ouvidos na entrada dos dois compromissos de Charles - uma cerimônia religiosa em homenagem a Elizabeth II na catedral de Llandaff e uma visita oficial ao Parlamento galês, o Senedd.

Vigília

Charles III voltou ontem a Londres, onde era esperado pela princesa Anne e pelos príncipes Andrew e Edward para a vigília, principal evento do velório da rainha. Cumprindo a tradição iniciada em 1936, quando os filhos de George V velaram o corpo do pai, todos os filhos de Elizabeth II compareceram vestidos com seus uniformes militares completos e permaneceram em silêncio e com a cabeça baixa por 15 minutos.

Os súditos ingleses não diminuíram o interesse em prestar suas últimas homenagens à monarca mais longeva da história do Reino Unido. Ontem, o governo britânico teve de suspender a entrada de mais pessoas na fila do velório, que alcançou 8 quilômetros de extensão, com uma espera estimada de 14 horas para ver o caixão na sede do Parlamento.

Britânicos comuns e personalidades, como o ex-capitão da seleção inglesa de futebol David Beckham, esperaram na fila, que foi reaberta ontem à tarde.

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