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Referendo escocês causaria divisão e incerteza, diz Reino Unido

Na manhã desta segunda-feira (13), a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que que promoverá outra consulta sobre a independência do país

Independência: há mais de dois anos, os escoceses votaram "de maneira decisiva" em favor de seguir fazendo parte do Reino Unido (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Independência: há mais de dois anos, os escoceses votaram "de maneira decisiva" em favor de seguir fazendo parte do Reino Unido (Jeff J Mitchell/Getty Images)

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EFE

Publicado em 13 de março de 2017 às 12h49.

Londres - O governo do Reino Unido considerou nesta segunda-feira que convocar um novo referendo sobre a independência da Escócia causaria divisão e "grande incerteza econômica".

Em comunicado, o governo de Theresa May respondeu assim ao anúncio de hoje da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, de que promoverá um projeto de lei para realizar outra consulta sobre a independência entre o segundo semstre de 2018 e o primeiro de 2019.

"Outro referendo seria divisivo e causaria enorme incerteza econômica, no pior momento", afirmou o governo em uma nota divulgada hoje, antes de a primeira-ministra conservadora ativar o "Brexit", o que, possivelmente, ocorrerá amanhã.

Há mais de dois anos, os escoceses votaram "de maneira decisiva" em favor de seguir fazendo parte do Reino Unido e "a evidência mostra claramente" que a maioria da população da região "não quer um segundo" referendo sobre a cisão, acrescentou o governo britânico no comunicado.

Em entrevista coletiva em Edimburgo, antes da votação de hoje no parlamento de Westminster (Londres) do projeto de lei que autorizará a ativação do "Brexit", Sturgeon disse que deve "agir" antes que seja "tarde demais", devido ao "muro de intransigência" que o governo de May impõe perante o "Brexit".

Em seu comunicado, o governo britânico afirmou que procura alcançar com a União Europeia (UE) uma associação que seja benéfica para todo o Reino Unido e que, nas negociações com o bloco, "serão levados em conta os interesses de todas as nações do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte)".

O Executivo britânico acrescentou que trabalhou com "todas as administrações autônomas" e que "ouviu suas propostas", e também ressaltou que reconhece áreas de interesse comum, como os direitos dos trabalhadores, a situação dos cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido e a segurança.

Para Londres, o governo escocês deveria se concentrar em oferecer bons "serviços públicos" para a população da Escócia.

O governo escocês, que lembra que a região votou a favor da permanência na UE no referendo de 23 de junho, se opõe à possibilidade de o Reino Unido sair do mercado único europeu, algo que afetaria a economia da Escócia.

Na entrevista coletiva em Edimburgo, Sturgeon considerou "importante" que a Escócia possa exercer o direito de escolher seu futuro quando "as opções estiverem mais claras que agora, mas antes que seja tarde demais para decidir" seu próprio caminho.

Sturgeon revelou suas intenções um dia antes da possível invocação do artigo 50 do Tratado de Lisboa pela primeira-ministra britânica, Theresa May, que espera receber hoje a autorização do parlamento de Westminster, o que daria início a dois anos de negociações com Bruxelas para a saída da UE.

A premiê escocesa detalhou que, na próxima semana, pedirá ao parlamento autônomo de Holyrood que a autorize a solicitar a chamada "Ordem 30" do parlamento de Londres, que, se for concedida, permitirá a convocação do segundo referendo.

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