Rebeldes da Síria rejeitam proposta da Rússia para zonas seguras
A Turquia, que apoia os rebeldes, e o Irã, que auxilia o presidente sírio, Bashar Al-Assad, concordaram mais cedo nesta quinta-feira com a proposta russa
Reuters
Publicado em 4 de maio de 2017 às 19h09.
Astana - A oposição armada da Síria rejeitou nesta quinta-feira um plano russo de criação de zonas seguras na Síria, que classificou como uma ameaça à integridade territorial do país, e disse que tampouco irá reconhecer o Irã como fiador de qualquer plano de cessar-fogo.
A Turquia, que apoia os rebeldes sírios, e o Irã, que auxilia o presidente sírio, Bashar Al-Assad, concordaram mais cedo nesta quinta-feira com a proposta de "zonas de apaziguamento" da Rússia na Síria, uma medida saudada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
"Queremos que a Síria mantenha sua integridade", disse o delegado opositor Osama Abu Zaid depois que Rússia, Turquia e Irã - patrocinadores de conversas na capital do Cazaquistão, Astana, cuja meta é encerrar a luta na Síria - assinaram um memorando para a criação das zonas seguras.
"Somos contra a divisão da Síria. Quanto aos acordos, não somos uma parte desse acordo e é claro que jamais seremos a favor (dele) enquanto o Irã for chamado de Estado fiador", disse Abu Zaid.
Ele também citou o que chamou de "uma enorme lacuna" nas promessas da Rússia, que interveio militarmente em 2015 do lado de Assad e lhe devolveu a predominância do conflito.
"Já temos um acordo em mãos, por que ele não é implementado? Existe um acordo... assinado cinco meses atrás, por que não foi implementado?", indagou, referindo-se à trégua anunciada por Moscou em dezembro, que vem sendo amplamente ignorada no campo de batalha. "Por que estamos saltando agora para zonas seguras?"
"A Rússia não foi capaz ou não quer implementar as promessas que faz, e este é um problema fundamental."
Vários delegados da oposição se retiraram em protesto, interrompendo brevemente a assinatura do memorando.
As zonas seguras parecem ter sido concebidas como um território livre de conflitos para ajudar a ampliar um cessar-fogo.