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Raúl Castro: golpes voltaram disfarçados à América Latina

O presidente cubano falou sobre a situação política do Paraguai após o impeachment de Fernando Lugo

Raul Castro: o líder cubano já havia previsto que, "no dia em que os interesses dos EUA fossem ameaçados neste continente, voltariam os golpes de Estados" (Adalberto Roque/AFP)

Raul Castro: o líder cubano já havia previsto que, "no dia em que os interesses dos EUA fossem ameaçados neste continente, voltariam os golpes de Estados" (Adalberto Roque/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2012 às 10h58.

Havana - O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou nesta segunda-feira que os golpes de Estado voltaram à América Latina, mas "disfarçados", e que os últimos eventos no continente não o surpreendem, informou a imprensa oficial.

Raúl Castro se referiu assim à situação política do Paraguai após o julgamento político e a destituição de Fernando Lugo da Presidência, em declarações dadas no aeroporto de Havana, onde se despediu do líder de Belarus, Aleksandr Lukashenko.

O líder cubano lembrou o golpe de Estado no Chile em 1973, que "não foi planificado nem organizado por Augusto Pinochet", e ressaltou o fato de que "ainda são confidenciais os documentos que mostrariam o papel representado pelos Estados Unidos através de seu então secretário de Estado, Henry Kissinger".

"Já naquela época o golpe de Estado era um método tão desprestigiado que surgem outros mecanismos como o das liberdades democráticas e dos certificados de boa conduta promovidos por Washington", disse Raúl.

O governante também apontou que há alguns anos ele mesmo previu, em uma conversa com seu irmão e antecessor, Fidel Castro, que, "no dia em que os interesses dos EUA fossem ameaçados neste continente, voltariam os golpes de Estados, e voltaram, mas disfarçados".

No último sábado, através de uma declaração oficial, o Governo de Cuba condenou "energicamente" o "golpe de Estado parlamentar" no Paraguai e anunciou que a ilha não reconhecerá autoridade alguma "que não emane do sufrágio legítimo e do exercício da soberania por parte do povo paraguaio". 

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