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Radiação de Fukushima não teve impacto na saúde, diz estudo

A grande maioria destes cidadãos recebeu doses muito leves de radiação desde a catástrofe ocorrida há quase cinco anos


	Fukushima: no entanto, o relatório mostra um marcado aumento das patologias psiquiátricas por causa do acidente
 (Toru Hanai / Reuters)

Fukushima: no entanto, o relatório mostra um marcado aumento das patologias psiquiátricas por causa do acidente (Toru Hanai / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 09h31.

Tóquio - A radiação emanada do acidente nuclear de Fukushima não teve um impacto significativo sobre a saúde dos habitantes das zonas mais próximas à usina, segundo um relatório elaborado por especialistas em saúde japoneses apresentado nesta segunda-feira.

A grande maioria destes cidadãos recebeu doses muito leves de radiação desde a catástrofe ocorrida há quase cinco anos, segundo as conclusões do estudo dirigido pelo professor Koichi Tanigawa, da Universidade Médica de Fukushima.

No entanto, o relatório mostra um marcado aumento das patologias psiquiátricas por causa do acidente, assim como um notável aumento de outras doenças entre as pessoas que foram obrigadas a abandonar seus lares após ser decretada a ordem de evacuação nas proximidades da usina.

O estudo, apresentado nesta segunda-feira por Tanigawa em entrevista coletiva, se baseia em dados médicos recopilados após o acidente causado pelo terremoto e o tsunami de 11 de março de 2011 e até 2014, e foi realizado a pedido do governo da Prefeitura japonesa de Fukushima (centro).

"Felizmente, podemos dizer que até o momento não houve nenhum impacto muito grande da radioatividade na saúde pública da zona", afirmou Tanigawa, que também destacou a necessidade de "continuar analisando a situação para observar possíveis efeitos a mais longo prazo".

Entre os residentes de Fukushima, a incidência de doenças como a leucemia, do câncer de mama, de tireóide e de outros tipos é "equivalente à de outras zonas do Japão", afirmou este especialista.

O relatório inclui dados das doses de radiação recebidas pelos habitantes das localidades mais próximas à usina antes, durante e depois do processo de evacuação.

Os níveis de radioatividade aos quais foram expostos os cidadãos desta zona eram "extremamente baixos", já que em uma grande maioria dos casos (60%) se situa abaixo de 1 sievert por ano, dentro dos limites considerados seguros pelos organismos internacionais, destacou o especialista.

À margem das doenças vinculadas à radiação, foi observado um agudo aumento da síndrome de estresse pós-traumático, da ansiedade crônica, da depressão e de outras desordens mentais entre a população de Fukushima.

A proporção de pessoas com patologias psiquiátricas se situou em 14,6% entre os cidadãos desta Prefeitura japonesa entre 2011 e 2013, muito acima do número das outras zonas do país mais afetadas pelo terremoto e o tsunami de março de 2011 (6,2%) e da média japonesa (4,6%).

Além disso, o relatório reflete uma "deterioração preocupante" nas condições de saúde das 165 mil pessoas que foram evacuadas por causa da catástrofe, e entre os quais cerca de 70 mil continuam sem poder voltar a seus lares até hoje, afirmou Tanigawa.

Os casos de obesidade, diabetes, disfunção hepática e hipertensão aumentaram "de forma significativa" entre os evacuados, algo que os especialistas atribuem às mudanças drásticas no estilo de vida e à dieta das pessoas deslocadas para alojamentos temporários.

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