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Racionamento na Venezuela é deixa para Guaidó aumentar a pressão

Maduro anunciou fim do expediente às 14h, a partir desta segunda-feira, para economizar luz e água

Falta de abastecimento em Caracas: oposição afirma que racionamento é mais uma prova da incompetência do governo Maduro (Ivan Alvarado/Reuters)

Falta de abastecimento em Caracas: oposição afirma que racionamento é mais uma prova da incompetência do governo Maduro (Ivan Alvarado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2019 às 06h58.

Última atualização em 1 de abril de 2019 às 07h06.

Trabalhadores e estudantes venezuelanos terminam seu dia mais cedo nesta segunda-feira, às 14h, após determinação anunciada ontem pelo governo de Nicolás Maduro. O objetivo é reduzir o consumo de energia e evitar novos apagões como os das últimas semanas, e garantir também o abastecimento de água. A medida vale por 30 dias, mas ninguém sabe o que acontece com o governo até lá.

Maduro transmitiu a decisão em cadeia nacional de rádio e TV, embora boa parte do país estivesse às escuras no domingo. Voltou a culpar países estrangeiros por “ataques” que prejudicaram a capacidade de geração e transmissão de energia.

Juan Guaidó, autodeclarado presidente e líder da oposição, voltou a culpar a incompetência de Maduro e coordenou protestos no fim de semana. Em comício, disse que “não podemos permanecer como atores passivos”. Guaidó anunciou, semana passada, o que chamou de “Operação Liberdade”, uma série de ações com o objetivo de aumentar a pressão contra o governo Maduro. A oposição pretende recrutar voluntários e montar comitês populares com o objetivo de informar a população.

Nesta segunda-feira, a Assembleia Nacional se reúne às 17h, na rua, em virtude da falta de luz. Uma opção mais extrema seria os parlamentares acionarem o artigo 187 da constituição do país e pedirem intervenção de forças militares estrangeiras. O presidente americano, Donald Trump, tem afirmado reiteradamente que “todas as opções estão na mesa” para a solução da crise no país. Fabiana Rosales, a mulher de Guaidó, foi recebida por Trump na semana passada, e afirmou que teme pela vida do marido. Há uma semana militares russos desembarcaram na Venezuela numa demonstração de apoio a Maduro que Trump chamou de “provocação”.

Os próximos 30 dias devem mostrar se a crescente piora nas condições de vida da população serão mais decisivos para o futuro do país do que a mão forte de Maduro, dos militares, e do russo Vladimir Putin, seu principal apoiador internacional.

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