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Quito denunciará à OEA "perseguição política" em caso Odebrecht

O prefeito da cidade disse que recorrerá à organização para denunciar a suposta "perseguição política" como um "elemento de distração para as eleições"

Odebrecht: o prefeito disse também pedira aos EUA a divulgação completa sobre as práticas irregulares da empreiteira no país (Paulo Whitaker/Reuters)

Odebrecht: o prefeito disse também pedira aos EUA a divulgação completa sobre as práticas irregulares da empreiteira no país (Paulo Whitaker/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 20h49.

Quito - O prefeito de Quito, Mauricio Rodas, denunciará à Organização dos Estados Americanos (OEA) o que considera uma "perseguição política" no caso que investiga o pagamento de subornos pela Odebrecht, integrante de um consórcio que constrói o metrô da capital do Equador.

Rodas disse à Agência Efe que recorrerá às instâncias da OEA que fiscalizam o respeito aos direitos humanos e a transparência dos processos eleitorais para denunciar a suposta "perseguição política" como um "elemento de distração, uma cortina de fumaça que está contaminando o processo eleitoral" de 19 de fevereiro no país.

O prefeito disse também viajará para Washington ainda hoje para pedir o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para divulgar o mais breve possível as "informações completas" sobre as práticas irregulares da Odebrecht no Equador.

No último dia 21 de dezembro, o Departamento de Justiça divulgou que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina. O relatório indica que no Equador, entre 2007 e 2016, a empresa fez pagamentos corruptos de mais de US$ 35,5 milhões a "funcionários do governo".

O prefeito indicou que em sua viagem, na qual será acompanhado pelo presidente interino da Comissão Metropolitana Quito Honesto, Gastón Velázquez, entregará ao Departamento de Justiça um documento no qual os dois expressam o "enorme interesse" de que as informações completas sobre as atividades da Odebrecht sejam divulgadas.

Rodas lamentou que, apesar de no documento não existir menção à cidade de Quito ou ao contrato do metrô, curiosamente o governo federal do Equador, no dia da divulgação do relatório, "distraiu a atenção e tentou gerar suspeitas sobre a prefeitura".

"O governo tenta gerar uma vinculação entre um processo judicial de um cidadão particular, preso nesse mês, com o contrato do metrô de Quito. É uma maliciosa vinculação que se configura, claramente, em uma perseguição política, em uma cortina de fumaça, um elemento de distração contra o atual período eleitoral", afirmou.

Ontem, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que espera que os EUA publiquem rapidamente os nomes dos corruptos com as provas pertinentes.

No entanto, Correa escreveu no Twitter que as investigações no país avançam. "Foi detido Mauro T. Todos sabem que é o poder após o poder no município de Quito", disse na mensagem.

"Ele teve depósitos milionários em suas contas, sem registros das receitas no SRI. Coincide com datas de contratação de metrô. Quando há assessores, 'ad honorem', em seguida é preciso haver alertas", completou o presidente equatoriano.

Rodas garantiu que Mauro T. não é funcionário do município, confirmou que o consultou sobre estratégias no campo político e jurídico, mas se mostrou surpreso com a ação do governo federal de vincular um processo judicial particular com o contrato do metrô.

O prefeito disse que a Odebrecht participa de um consórcio com a espanhola Aciona na construção da fase II do metrô em um contrato cuja análise começou no governo anterior.

O documento foi assinado em 2015, já na administração de Rodas, por US$ 1,53 bilhão, e foi definido por ele como o "mais vigiado da história do país".

"Contou com a participação, a fiscalização permanente dos quatro órgãos multilaterais que financiam o projeto: o Banco Mundial, o Banco Europeu de Investimentos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Corporação Andina de Fomento", explicou.

Segundo Rodas, seu governo não celebrou um contrato apenas com a Odebrecht, mas sim com o consórcio.

Em setembro, o prefeito pediu autorização para reestruturar o acordo depois da saída da empresa brasileira, assunto que espera aprovação dos órgãos multilaterais envolvidos no financiamento das obras.

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