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"Quero morrer", diz condutor de trem que sofreu acidente

O maquinista confessou ontem à noite ao juiz responsável pelo caso, Luis Aláez, que estava desnorteado a ponto de não saber onde se encontrava


	Parte de trem acidentado na Espanha é retirado: sua lembrança mais recorrente, confessa, são as pessoas, "gente morta, gente ferida, gente de todas as maneiras".
 (REUTERS/Miguel Vidal)

Parte de trem acidentado na Espanha é retirado: sua lembrança mais recorrente, confessa, são as pessoas, "gente morta, gente ferida, gente de todas as maneiras". (REUTERS/Miguel Vidal)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 16h21.

Santiago de Compostela - "Quero morrer, não quero ver isso", disse logo após ser resgatado José Francisco Garzón, o condutor do trem que descarrilou na última quarta-feira na cidade de Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha, provocando a morte de 79 pessoas e deixando mais de cem feridos.

Evaristo Iglesias, um morador de Angrois, em Santiago de Compostela, ajudou a socorrer o maquinista logo depois do acidente e declarou à Agência Efe que estas foram as primeiras palavras de Garzón ao ser retirado.

O maquinista confessou ontem à noite ao juiz responsável pelo caso, Luis Aláez, que estava desnorteado a ponto de não saber onde se encontrava e em que ponto deveria frear, revelaram fontes da investigação.

Técnicos ainda trabalharam na perícia e acreditam que até o fim de semana vão ser divulgadas as circunstâncias concretas do acidente.

Garzón, que tem 79 acusações de homicídio e mais de uma centena por lesão corporal, todos elas por imprudência profissional, confessou que achou que não estava no ponto do percurso onde descarrilou e que, quando quis frear, "chegou a fazê-lo", mas já era tarde demais.

Evaristo Iglesias estava em sua casa, a cerca de 20 metros da linha do trem, e contou que acompanhou o maquinista "por 30 ou 40 metros" e que ele "estava com o rosto ensanguentado e só repetia que queria morrer, que não queria ver aquilo, e que teria sido melhor se tivesse sido ele".

Evaristo também lembrou que Garzón reconheceu "que estava em excesso de velocidade" e "que tinha que tê-la reduzido".

Sua lembrança mais recorrente, confessa, são as pessoas, "gente morta, gente ferida, gente de todas as maneiras". 

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