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Quênia declara movimento opositor como "organização criminosa"

Declaração ocorre após o líder do Movimento de Resistência Nacional, Raila Odinga, se autoproclamar "presidente do povo"

Kenyatta: presidente retornou hoje ao Quênia após participar da cúpula da União Africana na Etiópia, e ainda que não se pronunciou a respeito (Simon Maina/AFP/AFP)
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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 14h41.

Nairóbi - O governo do Quênia declarou nesta terça-feira como "organização criminosa" o denominado Movimento de Resistência Nacional (NRM, na sigla em inglês), criado pela principal coalizão opositora para protestar contra o presidente, Uhuru Kenyatta, e sua reeleição, considerada fraudulenta pela oposição.

A breve nota foi assinada pelo ministro do Interior, Fred Matiang'i, e publicada no boletim oficial queniano horas depois de o líder da principal coalizão opositora, a Super Aliança Nacional (NASA, na sigla em inglês), Raila Odinga, se autoproclamar "presidente do povo".

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O NRM foi anunciado pela NASA junto às assembleias "populares" em 31 de outubro de 2017 como medida para pressionar o governo, apenas cinco dias depois de Kenyatta vencer a repetição das eleições presidenciais - boicotada pela oposição - com mais de 98% dos votos.

Então, Odinga esclareceu que o Movimento se encarregaria de implementar um "enérgico programa de boicote econômico" contra as empresas consideradas aliadas de Kenyatta e seu partido, bem como de continuar organizando "manifestações pacíficas".

A declaração do NRM como organização criminosa é a primeira resposta do Executivo à autoproclamação de Odinga como "presidente do povo", que aconteceu hoje diante de dezenas de milhares de seguidores da oposição em um parque em Nairóbi.

As ameaças da Procuradoria de condenar Odinga pelo crime de alta traição - cuja punição é pena de morte, que o Quênia não aplica efetivamente desde 1987 - podem ter feito o opositor optar por essa alternativa, embora ele se descreva em sua conta oficial no Twitter como "presidente da República do Quênia".

Kenyatta retornou hoje ao Quênia após participar da cúpula da União Africana (UA) na Etiópia, e ainda que não se pronunciou a respeito.

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