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Quem era Ebrahim Raisi, presidente ultraconservador do Irã que morreu em queda de avião

Líder político foi eleito em 2021 e era um defensor ferrenho da "lei e da ordem"

Raisi era o segundo homem mais poderoso do Irã, atrás do apenas do aiatolá Khamenei ( Ed JONE/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 20 de maio de 2024 às 06h24.

Última atualização em 20 de maio de 2024 às 11h33.

Sempre de turbante e veste religiosa preta, o presidente Ebrahim Raisi, cuja morte foi confirmada pela TV estatal iraniana após queda do helicóptero em que estava, liderava o Irã desde 2021, em um contexto de tensão internacional e protestos dentro do seu país.

Raisi, um aiatolá de 63 anos, era considerado um ultraconservador e defensor ferrenho da lei e da ordem.

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O presidente iraniano, que se apresentou como um defensor das classes menos favorecidas e do combate à corrupção, foi eleito em primeiro turno em 18 de junho de 2021, numa votação marcada por uma abstenção recorde e sem um rival de peso.

Raisi sucedeu o moderado Hassan Rouhani, que o havia derrotado nas eleições presidenciais de 2017 e que, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.

Raisi saiu fortalecido das legislativas de março, as primeiras eleições em nível nacional desde os protestos que eclodiram em 2022 após a morte de Mahsa Amini, presa por não respeitar o código de vestimenta do país.

O parlamento que tomará posse no próximo dia 27 será controlado em grande parte pelos setores conservadores e ultraconservadores que apoiaram o governo de Raisi.

Adversário firme de Israel

Nos últimos meses, Raisi mostrou-se um adversário firme de Israel, apoiando o Hamas desde 7 de outubro, quando começou o conflito na Faixa de Gaza entre o Estado hebreu e o movimento islamita palestino.

No mês passado, o Irã lançou um ataque inédito a Israel, com 350 drones e mísseis, a maioria deles interceptados com a ajuda dos Estados Unidos e de outros países.

Raisi constava da lista americana de líderes iranianos sancionados por “cumplicidade em violações graves dos direitos humanos”, acusações que as autoridades de Teerã negam.

Nascido em novembro de 1960, na cidade sagrada de Mashad, Raisi foi nomeado procurador-geral de Karaj aos 20 anos de idade, após a vitória da Revolução Islâmica de 1979.

O presidente iraniano fez parte do sistema de justiça por mais de três décadas: foi procurador-geral de Teerã de 1989 a 1994 e chefe adjunto da Autoridade Judicial de 2004 a 2014, ano em que foi nomeado procurador-geral do país.

Em 2016, o líder supremo Ali Khamenei colocou Raisi à frente da poderosa fundação Astan Quds Razavi, que gerencia o santuário do Imã Reza em Mashhad, além de um grande patrimônio industrial e imobiliário.

Pouco carismático, Raisi frequentou as aulas de religião e jurisprudência islâmica do aiatolá Khamenei. Casado com Jamileh Alamolhoda, professora de ciência da educação na Universidade Shahid-Beheshti, em Teerã, com quem teve duas filhas, Raisi é genro de Ahmad Alamolhoda, imã da oração e representante provincial do líder supremo em Mashad, segunda maior cidade do país.

Durante a campanha eleitoral de 2021, Raisi prometeu defender a liberdade de expressão e os “direitos fundamentais de todos os cidadãos iranianos”.

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