Quanto vale o salário mínimo em outras partes do globo
Convertido em dólar, mínimo brasileiro é o dobro do russo e quase o triplo do mexicano, mas é apenas um sétimo do australiano
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 09h26.
São Paulo – O novo salário mínimo , estipulado em 622 reais, entrou em vigor em todo o Brasil no último domingo. O reajuste de 14,13% implicará em um aumento de 77 reais no contracheque do brasileiro.
Apesar do avanço, o valor, que corresponde a 334 dólares (em conversão de hoje), está bem aquém do salário mínimo de países como a Holanda a Bélgica, que está acima dos 1.800 dólares.
Em contrapartida, comparado a países como o Camboja, onde um trabalhador da indústria calçadista ganha 61 dólares por mês, ou à China, onde os trabalhadores da cidade de Shenzhen – que paga os melhores salários do país – ganham 209 dólares (dados do Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social), o mínimo brasileiro parece um pouco menos tímido.
Comparar os salários mínimos de países diferentes não é uma tarefa simples. Em primeiro lugar, nem todos os países adotam um salário mínimo – Alemanha, Itália, Suíça e Índia estão no time dos que dispensam a convenção, permitindo que cada indústria ou região conduzam suas próprias negociações.
Já em outros países, como México e Estados Unidos, apesar de existir um mínimo nacional, os valores praticados podem variar em cada território da federação.
Por fim, é preciso levar em conta o fato de que a simples conversão da moeda local para o dólar para fins de comparação não reflete as condições de vida que estes salários mínimos garantem em cada país, já que os custos mínimos de vida também variam em cada um deles e mesmo entre as diferentes regiões de um país.
Mesmo com essas ressalvas, é possível fazer algumas comparações interessantes. O mínimo argentino, por exemplo, equivale a 534 dólares – 200 dólares a mais que o brasileiro - embora São Paulo e Rio de Janeiro sejam, respectivamente, a 10ª e a 12ª cidades mais caras do mundo para se viver, enquanto Buenos Aires não está nem entre as 50 primeiras, segundo o ranking anual publicado pela Mercer (a consultoria não divulga o ranking por países, apenas por cidades) .
Já o salário mínimo russo (143 dólares), corresponde a menos da metade do brasileiro, apesar de Moscou ser a quarta cidade mais cara do mundo, de acordo com o mesmo ranking.
Sidnei, onde o salário mínimo é de mais de 2,5 mil dólares, é apenas a 14ª cidade mais cara do mundo – atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Paris e Amsterdam, onde o salário mínimo é superior a 1,7 mil dólares, são, respectivamente a 27ª e 50ª cidades mais caras do mundo, ambas também bem atrás das duas capitais brasileiras no custo de vida.
*Atualizado na terça-feira (03/01), às 10:13.
São Paulo – O novo salário mínimo , estipulado em 622 reais, entrou em vigor em todo o Brasil no último domingo. O reajuste de 14,13% implicará em um aumento de 77 reais no contracheque do brasileiro.
Apesar do avanço, o valor, que corresponde a 334 dólares (em conversão de hoje), está bem aquém do salário mínimo de países como a Holanda a Bélgica, que está acima dos 1.800 dólares.
Em contrapartida, comparado a países como o Camboja, onde um trabalhador da indústria calçadista ganha 61 dólares por mês, ou à China, onde os trabalhadores da cidade de Shenzhen – que paga os melhores salários do país – ganham 209 dólares (dados do Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social), o mínimo brasileiro parece um pouco menos tímido.
Comparar os salários mínimos de países diferentes não é uma tarefa simples. Em primeiro lugar, nem todos os países adotam um salário mínimo – Alemanha, Itália, Suíça e Índia estão no time dos que dispensam a convenção, permitindo que cada indústria ou região conduzam suas próprias negociações.
Já em outros países, como México e Estados Unidos, apesar de existir um mínimo nacional, os valores praticados podem variar em cada território da federação.
Por fim, é preciso levar em conta o fato de que a simples conversão da moeda local para o dólar para fins de comparação não reflete as condições de vida que estes salários mínimos garantem em cada país, já que os custos mínimos de vida também variam em cada um deles e mesmo entre as diferentes regiões de um país.
Mesmo com essas ressalvas, é possível fazer algumas comparações interessantes. O mínimo argentino, por exemplo, equivale a 534 dólares – 200 dólares a mais que o brasileiro - embora São Paulo e Rio de Janeiro sejam, respectivamente, a 10ª e a 12ª cidades mais caras do mundo para se viver, enquanto Buenos Aires não está nem entre as 50 primeiras, segundo o ranking anual publicado pela Mercer (a consultoria não divulga o ranking por países, apenas por cidades) .
Já o salário mínimo russo (143 dólares), corresponde a menos da metade do brasileiro, apesar de Moscou ser a quarta cidade mais cara do mundo, de acordo com o mesmo ranking.
Sidnei, onde o salário mínimo é de mais de 2,5 mil dólares, é apenas a 14ª cidade mais cara do mundo – atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Paris e Amsterdam, onde o salário mínimo é superior a 1,7 mil dólares, são, respectivamente a 27ª e 50ª cidades mais caras do mundo, ambas também bem atrás das duas capitais brasileiras no custo de vida.
*Atualizado na terça-feira (03/01), às 10:13.