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Putin se opõe a restituir monarquia na Rússia

Posição foi destacada pelo porta-voz do Kremlin após o chefe da anexada Crimeia, Sergei Axionov, garantir que "a Rússia precisa da monarquia"

Vladimir Putin: há 100 anos, o último monarca da dinastia Romanov renunciava ao trono (Sputnik/Aleksey Nikolskyi/Kremlin/Reuters)

Vladimir Putin: há 100 anos, o último monarca da dinastia Romanov renunciava ao trono (Sputnik/Aleksey Nikolskyi/Kremlin/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de março de 2017 às 10h43.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não é favorável ao debate sobre a restituição da monarquia no país, comentou nesta quarta-feira o Kremlin no dia em que completa um século desde a abdicação do último czar, Nicolau II.

"Nos últimos cinco anos, (Putin) foi questionado várias vezes sobre esse tema e se viu obrigado a responder em um ou outro contexto. Putin encara sem otimismo ideias semelhantes", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ao ser perguntado pelos jornalistas sobre a conveniência de restituir a monarquia na Rússia.

Pouco antes, o chefe da anexada Crimeia, Sergei Axionov, garantiu que "a Rússia precisa da monarquia".

"Não necessitamos de uma democracia como a que promovem os meios ocidentais. Temos nossos valores tradicionais, ortodoxos. Nas condições atuais, nas quais enfrentamos um inimigo externo, a democracia sobra. Me refiro a essa libertinagem que muitos entendem como democracia", disse o líder da Crimeia.

Peskov comentou que as palavras de Axionov refletem unicamente sua opinião pessoal e brincou que "não pode haver monarquia em uma determinada região da Rússia".

Há 100 anos, o último monarca da dinastia Romanov renunciou ao trono, depois que a Revolução de Fevereiro conseguiu reunir do mesmo lado operários, burgueses e soldados, e os manifestantes içaram uma bandeira vermelha no palácio real, enquanto cantavam a Marselhesa e a palavra "república".

A partir daí, o czarismo tinha seus dias contados, mas ninguém imaginava que os eventos terminariam com a chegada ao poder dos bolcheviques em outubro daquele mesmo ano e o fuzilamento da família real em 1918.

Após a queda da União Soviética, a Igreja Ortodoxa Russa santificou a família real e tanto Boris Yeltsin, o primeiro presidente democraticamente eleito na história da Rússia, como Putin, foram partícipes do novo credo.

No entanto, são poucos os russos que apoiariam a restauração da monarquia e, de fato, um terço da população ainda avalia positivamente o trabalho de dirigentes soviéticos como Lênin, cujo mausoléu ainda permanece na Praça Vermelha, e Stalin.

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