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Putin diz que tem ‘estoque suficiente’ de bomba de fragmentação e ameaça retaliação

Presidente da Rússia disse que tomará "medidas recíprocas" se Ucrânia usar armas enviadas pelos Estados Unidos

O presidente russo, Vladimir Putin, durante discurso à nação após a rebelião declarada pelo líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, em 24 de junho de 2023

 (AFP/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin, durante discurso à nação após a rebelião declarada pelo líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, em 24 de junho de 2023 (AFP/AFP)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de julho de 2023 às 14h30.

O presidente russo Vladimir Putin disse em uma entrevista publicada no domingo que a Rússia tem um “estoque suficiente” de munições cluster, as conhecidas bombas de fragmentação, e alertou que o país “se reserva o direito de tomar medidas recíprocas” se a Ucrânia usar as controversas armas do mesmo porte enviadas pelos Estados Unidos.

Em seus primeiros comentários sobre a entrega de munições cluster para a Ucrânia dos EUA, Putin disse que a Rússia não usou bombas de fragmentação durante a guerra na Ucrânia até agora. O uso de bombas de fragmentação pela Rússia e pela Ucrânia foi amplamente documentado pela imprensa e por órgãos internacionais, e bombas de fragmentação foram encontradas após os ataques russos. “Até agora, não fizemos isso, não usamos e não tivemos essa necessidade”, disse ele.

O repórter da Rossiya TV, Pavel Zarubin, publicou trechos da entrevista em seu canal Telegram no domingo, antes de uma transmissão programada para a noite de domingo.

Pentágono confirma envio de bombas para Ucrânia

O Pentágono disse na quinta-feira, 13, que as munições cluster fornecidas pelos Estados Unidos chegaram à Ucrânia. Esse tipo de munição são bombas que abrem no ar e liberam dezenas de outras pequenas bombas. O armamento é visto pelos EUA como uma forma de obter a munição necessária para ajudar Kiev a reforçar sua ofensiva e avançar nas linhas de frente russas. Os líderes dos EUA debateram a questão espinhosa por meses, antes que o presidente Joe Biden tomasse a decisão final na semana passada.

Há muito tempo as bombas de fragmentação são criticadas por grupos humanitários e por alguns aliados dos EUA, já que as usadas em conflitos anteriores tiveram uma alta “taxa de insucesso”. Isso porque, em muitas vezes, elas deixam para trás pequenas bombas não detonadas que, por sua vez, podem prejudicar civis a longo prazo, depois do fim da batalha. Esse tipo de bomba é proibido em mais de 100 países.

Os proponentes argumentam que a Rússia já está usando munições cluster na Ucrânia e que as armas que os EUA estão fornecendo foram aprimoradas para deixar para trás menos cartuchos não detonados. A Ucrânia prometeu usá-las apenas longe de áreas densamente povoadas.

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