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Pussy Riot foi pressionada a rejeitar defesa, diz advogado

Yekaterina Samutsevich rejeitou nesta segunda-feira a defesa de seus três advogados atuais alegando incompatibilidade de ideias

Yekaterina Samutsevich (E), Maria Alyokhina (C) e Nadezhda Tolokonnikova: a Justiça adiou para o dia 10 de outubro a audiência do recurso contra a condenação das três (AFP)
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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2012 às 13h21.

Moscou - Yekaterina Samutsevich, uma das três integrantes do grupo punk Pussy Riot que se encontra presa, rejeitou seus advogados de defesa após ser pressionada pelas autoridades, assinalaram nesta segunda-feira dois de seus três ex-advogados.

Depois de Yekaterina ter rejeitado a defesa de seus três advogados atuais, o Tribunal Municipal de Moscou adiou para o dia 10 de outubro a audiência do recurso contra a condenação das três meninas, que foram sentenciadas por "vandalismo motivado por ódio religioso".

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"Quero recusar todos os serviços da minha advogada Violeta Volkova e, em consequência, dos meus outros dois advogados, dado que minha postura a respeito do caso não coincide com a deles", afirmou Yekaterina perante o tribunal. No entanto, a jovem não esclareceu as diferenças que levaram ela tomar essa decisão.

Os outros dois advogados que defendiam a ativista, Nikolai Polozov e Mark Feiguin, os quais também representam os interesses de Nadezhda Tolokonnikova e María Aliojina, declararam à imprensa russa que Yekaterina, assim como suas companheiras, foi pressionada inúmeras vezes pelas autoridades para que mudasse sua postura.

"Eles enviaram funcionários e ameaçaram tomar seus filhos, atuando através de parentes e amigos. Tentaram mudar sua postura, que assegurava que as meninas não haviam cometido nenhum crime", disse Polozov.


Feiguín, por sua vez, afirmou que no caso de Yekaterina "seu contexto e seu entorno tiveram um papel negativo para esta mudança de postura".

Polozov assegurou que o pai de Yekaterina se mostrou contrário à decisão de sua filha de rejeitar seus advogados e tentou se comunicar com ela na audiência de hoje através de uma nota encaminhada por seus defensores.

Enquanto a audiência era realizada, partidários e detratores do grupo punk Pussy Riot se concentravam do lado de fora do tribunal. Os religiosos, alguns deles de joelhos, recitavam orações e cantavam salmos em frente ao tribunal, enquanto os simpatizantes do grupo feminista cantaram algumas de suas músicas ao saber do adiamento da audiência.

Na retomada da audiência, a defesa de Nadezhda e María solicitará que a corte reconheça "que essa sentença é ilegal e sem fundamentos jurídicos". Ao considerar que o protesto, realizado na Catedral de Cristo Salvador de Moscou contra a cúpula eclesiástica e o presidente russo, Vladimir Putin, não é um ato criminoso, o processo ficaria sem efeito e seria suspenso.

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