PT do NE decide cobrar mais espaço no governo Dilma
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), saiu da reunião com Dutra fazendo piada
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 20h54.
Sem cargos de visibilidade na equipe de Dilma Rousseff, o PT do Nordeste decidiu reagir, cobrar mais espaço no governo e avisar que não aceitará "porteira fechada" para o PMDB. Em reunião realizada hoje, governadores, deputados e senadores petistas entregaram uma extensa lista de pedidos ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, e prometeram seguir a ordem de Dilma de não dar cotoveladas em público.
"O PT do Nordeste está subrepresentado no Ministério e é importante haver compensações no segundo escalão", resumiu o deputado Fernando Ferro (PE), líder do PT na Câmara. "Não existe essa história de Ministério ou estatal de porteira fechada. É possível dividir responsabilidades com o PMDB e outros aliados". No jargão da política, porteira fechada significa a indicação de todos os cargos por um mesmo partido.
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), saiu da reunião com Dutra fazendo piada. "Eu estava brincando de baralho, mas embaralharam minhas cartas e eu fiquei sem nada", disse Déda, numa referência à sua indicada para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Lúcia Falcón, que acabou não integrando a equipe de Dilma. Déda, porém, não se deu por vencido. "Como sobrou uma carta na minha mão, eu montei o meu ministeriozinho lá em Sergipe", brincou.
Na lista de objetos do desejo do PT estão empresas como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), hoje nas mãos do PMDB, e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), também na mira do PSB de Fernando Bezerra, ministro da Integração. O PT tenta manter o comando do Banco do Nordeste (BNB) e está de olho em diretorias regionais da Petrobrás e da BR Distribuidora.